A FolhaBV teve acesso a áudios e interceptações telefônicas que integram a investigação realizada Polícia Federal (PF) para desarticular uma organização criminosa encrustada na estrutura da Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania de Roraima (Sejuc).
Segundo a PF, policiais penais lotados na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (PAMC) facilitavam a entrada de telefones celulares e drogas na unidade prisional, mediante o recebimento de vantagens.
Eles também permitiam visitas não autorizadas e consentiam a transferência de internos para outras unidades prisionais, onde as condições de cumprimento de pena seriam mais favoráveis.
As gravações revelam como eram feitas as negociações entre familiares de presos e agentes penitenciários para obtenção desses privilégios.
Em uma delas, um empresário, cujo irmão cumpre pena na Cadeia Pública de Boa Vista, oferece fruta congelada ao policial penal responsável pela custódia do detento.
“Eu trabalho com morango congelado, aí tu passa lá na loja pra pegar dois pacotes pra tu ou um pacote que vem com 2 kg. Mas vê aí o que tu puder fazer porque ele tá precisando. A gente vai se ajudando”, disse o empresário ao agente.
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Por áudio, um dos investigados cogita obter vantagens de empresários que cumprem pena por estupro de vulneráveis.
“ei, bicho, tu não pediu nem um carro dele? Porque o carro foi 8 mil reais pra ajeitaram o motor lá”, falou.
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Uma ligação entre um agente penitenciário e uma pessoa ligada ao Instituto de Apoio e Assistência aos Reeducandos e Família do Estado de Roraima foi interceptada e levanta suspeitas sobre a prática de extorsão.
“Eu vou falar um negócio que a senhora nem imagina que aconteceu aqui. Uma coisa foi quando a senhora estava aqui, com seu projeto, outra coisa foi quando a senhora saiu daqui. Muita coisa mudou, entendeu. Eu tive informação que até cobrando dinheiro de presos estão”, disse o agente.
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