POLÍCIA

Aumento alarmante: Um terço dos assassinatos em Roraima tem como vítimas venezuelanos

A guerra do tráfico, que assola a região, é apontada como uma das principais causas desse aumento na violência

Homicídio ocorreu na manhã desta quinta-feira, 29 - Foto: Nilzete Franco/Folha de Boa Vista
Homicídio ocorreu na manhã desta quinta-feira, 29 - Foto: Nilzete Franco/Folha de Boa Vista

No estado de Roraima, um cenário sombrio emerge, marcado por um aumento alarmante no número de homicídios, sendo que um terço das vítimas são venezuelanas. Em 2022, a capital, Boa Vista, testemunhou uma escalada assustadora de violência, com quase metade dos assassinatos registrados sendo de cidadãos vindos da Venezuela, conforme aponta uma investigação do jornalista Thalys Alcântara, do jornal Metrópoles.

Os dados obtidos pela Secretaria de Segurança de Roraima, por meio da Lei de Acesso à Informação, revelam uma realidade perturbadora. Enquanto o número de homicídios de brasileiros apresentou uma queda de 143 em 2019 para 116 no ano passado, os assassinatos de venezuelanos dispararam de 22 para 55 durante o mesmo período, demonstrando uma mudança preocupante no perfil das vítimas.

A guerra do tráfico, que assola a região, é apontada como uma das principais causas desse aumento na violência. Facções criminosas brasileiras e venezuelanas disputam território em Roraima, transformando a vida cotidiana em um campo de batalha. Esquartejamentos, uma prática brutal, tornaram-se uma triste marca registrada desse conflito, deixando a população local atônita diante da brutalidade que se desenrola em suas ruas.

A concentração mais crítica desses homicídios ocorre em Boa Vista (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)


A concentração mais crítica desses homicídios ocorre em Boa Vista, onde quase metade dos assassinatos em 2022 vitimaram cidadãos venezuelanos. A migração massiva de venezuelanos para Roraima, devido à crise humanitária em seu país de origem, criou um cenário complexo de tensão social, agravado pela disputa territorial entre as facções criminosas.

Até setembro deste ano, os números continuam a assustar, com 30 homicídios de venezuelanos registrados em Roraima. As autoridades locais enfrentam o desafio de conter essa onda de violência e proteger uma população vulnerável, que se encontra no epicentro desse conflito sangrento.

A sociedade roraimense clama por ações efetivas das autoridades de segurança e uma abordagem coordenada para enfrentar as raízes profundas desse problema. O desafio vai além da estatística fria, representando vidas perdidas, famílias devastadas e a urgência de soluções que resgatem a paz em um estado assolado pela violência.