Um autônomo de 49 anos, foi preso por suspeita de cometer abuso sexual contra suas filhas, de sete e 10 anos no bairro Asa Branca. O mandado de prisão contra ele foi expedido após denúncia ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA).
As vítimas moram com o individuo e mais outros dois irmãos, um menino e uma menina. O caso veio à tona quando a mãe das crianças fez uma visita após o filho, de 12 anos, fugir da casa do ex-companheiro.
Apesar do medo, uma das meninas aproveitou o momento e contou sobre os abusos. Após a visita, a mulher procurou uma delegacia da Policia Civil e o Conselho Tutelar.
As vítimas e o irmão delas foram chamados ao NPCA e, ao lado da mãe, confirmaram os abusos, que eram mais frequentes com a mais velha.
No depoimento, as meninas disseram que eram obrigadas a assistir vídeos pornográficos com o pai e, mesmo que estivessem com dores, os abusos aconteciam na cama em que elas dormiam ou no banheiro da casa. Uma das vítimas relatou ainda que por várias vezes o infrator passava as mãos em seus seios e partes íntimas.
Além dos abusos sexuais, o autônomo não permitia que as duas meninas brincassem com outras crianças, e chegava a dizer que iria “quebrar as pernas” delas caso saíssem de casa.
As crianças relataram ter medo do pai e que eram agredidas sempre que o desobedeciam. Todas declararam que não querem mais voltar para a casa do autônomo.
HISTÓRICO PROBLEMÁTICO
Conforme a delegada Catherine Aires Saraiva, o autônomo já cometeu o mesmo crime contra a filha dele, hoje com 28 anos, fruto de um casamento anterior.
“Quando ele ainda estava no albergue, solicitou a guarda das crianças, pois a mãe enfrentava problemas com drogas e desde então ele vem abusando das garotas”, relatou à delegada.
MÃE DAS CRIANÇAS TAMBÉM ERA ATACADA PELO AUTÔNOMO
Após a denúncia, o Conselho Tutelar retirou as crianças da casa do pai e as entregou para a mãe. Em sua declaração, a mulher afirmou que não visitava as crianças com frequência, pois sempre que ia a casa, o ex-marido tentava abusá-la, motivo pelo qual ela já havia solicitado uma MPU (Medida Protetiva de Urgência).
“Após toda essa situação, o autônomo ainda foi na casa da ex-mulher, acompanhado de um advogado, e tentou fazer com que ela assinasse alguns papéis, mas ela se recusou e ainda a alertou que ela não deveria ter procurado o Conselho Tutelar para retirar as crianças, mas que deveria ter ido à Justiça para passar os finais de semana com elas”, observou Catherine Saraiva.
Após a formalização da prisão, ele foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para o exame de integridade física e, posteriormente, apresentado ao Sistema Prisional onde ficará à disposição da Justiça. As duas garotas foram encaminhadas para atendimento médico e psicológico.