DENUNCIAM POLICIAIS PENAIS

Baixo efetivo e sobrecarga de serviço faz aumentar a tensão no maior presídio de Roraima

A Sejuc informou que a segurança dos servidores e dos internos é uma prioridade, e está constantemente avaliando a necessidade de ajustes nas escalas de plantão para assegurar que todos os procedimentos operacionais sejam cumpridos de forma eficaz

A PAMC é o maior presídio de Roraima (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
A PAMC é o maior presídio de Roraima (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Mais uma vez a reportagem da FolhaBV foi procurada por policiais penais que denunciam a tensão na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (PAMC).

De acordo com a denúncia, a qualquer momento a unidade prisional pode ser novamente palco de uma tragédia, o que segundo eles, seria devido a falta de estabilidade causada pela atual administração da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc).

“Após fuga dos presos da ALA 12, a Sejuc imputou internamente a culpa aos policiais penais. Que desde então vêm sofrendo diversos tipos de assédio moral, sendo coagidos a trabalhar sem as normas de segurança interna, para fazer cumprir as demandas do sistema prisional. Deixando a unidade totalmente vulnerável”, pontuou.

Ainda segundo eles, teria sido criado um novo Procedimento Operacional Padrão (POP) com menos segurança se adequando ao baixo efetivo, e fazendo cumprir as demandas de escola, escolta, atendimento de advogado, atendimento de saúde e alimentação dentre outras atividades diárias essenciais.

“Na tentativa de boicotar os policiais penais, se criou novos postos de serviço e sobrecarregou ainda mais os trabalhos e a rotina dos policiais penais. E desde então, policiais penais estão cumprindo fielmente os procedimentos de segurança da unidade. O que tem causado extrema preocupação para a direção, que na tentativa de fazer a cadeia rodar, fez o novo POP”, detalhou.

O denunciante afirma ainda que atualmente as demandas de todas as unidades do sistema prisional, só conseguem ser realizadas mediante descumprimento das medidas de segurança, por haver baixo efetivo e muito trabalho. “Porem caso os policiais venham descumprir são severamente punidos, o que tem deixando muitos policiais penais desmotivado a trabalhar, reclamando de falta de apoio da administração, e isso causando uma instabilidade dentro da unidade, pois os policiais tem sido assediados pela administração para atropelar os procedimentos de segurança e temem ir pra corregedoria ou ser injustamente punidos”, acrescentou.

Risco de rebelião

Outro ponto citado pelos policiais penais, é a vulnerabilidade da Escola Crisotelma, que fica dentro da unidade e atende diariamente cerca de 150 detentos.

” As grades são feitas de Metalon fino, e são mais de 150 presos nas salas, não há estrutura para garantir a segurança dos professores. Senso comum entre todos os servidores da unidade de que a qualquer momento pode acontecer o pior na escola. Já foram repassados informes para o setor de segurança sobre uma tentativa na escola e nada foi feito”, disse o policial.

Sejuc diz que segurança dos servidores e internos é prioridade

A Sejuc informou por meio de nota que a segurança dos servidores e dos internos é uma prioridade, e está constantemente avaliando a necessidade de ajustes nas escalas de plantão para assegurar que todos os procedimentos operacionais sejam cumpridos de forma eficaz.

Informa que o novo Procedimento Operacional Padrão implementado na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo foi desenvolvido após uma análise criteriosa das condições atuais da unidade, e o objetivo é justamente garantir a continuidade das operações de segurança e a manutenção das garantias das assistências previstas na Lei.

Sobre as alegações de suposto assédio, a Sejuc repudia qualquer forma de assédio e deixa claro que todos os policiais penais têm o direito de realizar suas funções em um ambiente seguro e respeitoso. A administração está comprometida em criar um ambiente de trabalho que promova o bem-estar dos servidores.

A distribuição de policiais penais nos setores operacionais e administrativos está em constante avaliação e são feitos de acordo com a necessidade da prestação dos serviços públicos.

A Sejuc está atenta à situação da PAMC e realiza monitoramentos regulares para prevenir qualquer tipo de distúrbio, incluindo rebeliões, fugas, ou qualquer outra medida que possa atentar contra a Segurança da Unidade Prisional.

A secretaria reitera o compromisso com a segurança e integridade dos policiais penais e dos internos e continua aberta ao diálogo com os profissionais categoria.

Sejuc diz que escola tem monitoramento e segurança específica

ASejuc informou que a segurança dos professores e reeducandos (alunos) é uma prioridade. A unidade possui um efetivo de policiais penais destacados especificamente para atender às demandas da escola, para garantir a integridade de todos.

Sobre Análise de Perfil dos Reeducandos, é realizada uma análise criteriosa do perfil do indivíduo antes mesmo da matrícula. Essa análise permite que a administração tome decisões informadas sobre a viabilidade da matrícula, considerando a segurança e a ordem na unidade.

Esclarece ainda que a Pamc está equipada com câmeras de monitoramento em todo o ambiente da escola, proporcionando um acompanhamento contínuo das atividades. Essa estrutura contribui para a segurança e a rápida identificação de quaisquer situações que possam ameaçar a ordem.

Os presos são acomodados em salas distintas, com a quantidade de internos sendo gerida de maneira que garanta que as condições de segurança sejam mantidas. O quantitativo de presos é organizado de forma a assegurar uma supervisão adequada durante os períodos matutino e vespertino.

A Sejuc reitera seu compromisso com a segurança e está atenta a todas as informações repassadas ao setor de segurança. A administração investiga cuidadosamente todas as alegações e toma as medidas necessárias para mitigar quaisquer riscos potenciais.

A instituição permanece à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas adicionais e reafirma seu compromisso com a segurança e a manutenção da educação dos reeducandos.

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