Assaltantes voltaram a atacar na Capital. Em menos de 12 horas, da noite de anteontem à manhã de ontem, foram registrados seis assaltos, a maioria na Central de Flagrantes I, no 5o Distrito de Polícia, zona Sul da cidade. Em todos os casos, os bandidos portavam armas de fogo e facas, mas houve um caso em que uma arma de choque foi usada. Outros dois casos foram registrados depois de meio-dia desta segunda-feira, totalizando oito assaltos em menos 12 horas.
Na noite de domingo, um autônomo de 28 anos foi rendido por um ladrão armado com faca. A investida ocorreu às 22h na movimentada avenida Ataíde Teive, no bairro Cambará, zona Oeste. A vítima passava pela rua quando foi surpreendida. O ladrão ordenou que o autônomo entregasse carteira e celular. Com a faca no pescoço, o homem obedeceu às ordens e apenas observou o assaltante desaparecer em uma rua escura. Moradores próximos informaram à polícia que já virou rotina os assaltos naquele bairro.
Horas depois, já na madrugada de ontem, os bandidos atacaram um cabeleireiro de 46 anos que andava pela rua PJ, no bairro Raiar do Sol, zona Oeste. Os assaltantes, em uma motocicleta Titan vermelha, estavam armados com faca. O ataque foi rápido e a dupla levou relógio, celular e R$105,00.
Na manhã de ontem, funcionárias de uma empresa que entrega encomenda foram surpreendidas por dois bandidos em uma motocicleta Yamaha vermelha. Um estava armado com revólver. O assalto ocorreu depois das 9h, na movimentada avenida Mário Homem de Melo, no bairro Caimbé, zona Oeste. “Um ficou lá fora, com a moto ligada, e o outro já entrou anunciando o assalto. Ele mostrou a arma de fogo e pegou três celulares. Depois saiu, montou na garupa e acelerou”, relatou uma das funcionárias, vítima dos bandidos.
Os dois assaltantes não tiraram o capacete. “O que entrou aqui apenas levantou a viseira”, lembrou a vítima. A Polícia Militar foi acionada, mas até o encerramento desta matéria, às 19h30, não havia localizado os bandidos. “Foi o primeiro assalto que sofremos este ano”, lamentou a funcionária.
Uma hora depois, na também movimentada avenida São Paulo, no bairro dos Estados, zona Norte, um ladrão armado com revólver atacou funcionários e clientes de um mercantil. O bandido estava sozinho em uma moto. Ele levou relógio, cordão e cerca de R$ 300,00. “A moto era uma Titan preta, mas a placa estava coberta”, lembrou um atendente.
A Polícia Militar atendeu a ocorrência e viu as imagens do sistema de segurança do mercantil. O ladrão não tirou o capacete, mas os policiais perceberam que ele é moreno, alto e forte. Até o encerramento desta matéria, na tarde de ontem, o assaltante não havia sido preso.
LOTÉRICA – Passava das 12h quando clientes e funcionários da loteria Canarinho, na movimentada avenida Vias das Flores, no bairro Pricumã, zona Oeste, foram surpreendidos por dois assaltantes. O que entrou no estabelecimento estava armado com revólver. O outro ficou ao lado de fora, com a motocicleta já ligada, aguradando o comparsa.
“Foi rápido. Ele já entrou anunciando o assalto. Tinha pouca gente. O bandido levantou parte do capacete e foi direto ao caixa, levando todo dinheiro”, relatou uma atendente, ontem à tarde, que preferiu não se identificar. A PM pegou informações com as vítimas e saiu atrás dos bandidos, mas não conseguiu localizá-los até o encerramento da matéria, às 18h. A casa lotérica não funcionou ontem à tarde.
Com medo, alguns lojistas próximos à lotérica também fecharam as portas ontem à tarde. “O sentimento é de insegurança. É uma onda de assaltos na cidade. A polícia está nas ruas e a gente vê, mas os bandidos não dão trégua”, comentou uma lojista.
ARMA DE CHOQUE – O caso que mais chamou a atenção da polícia foi um assalto ocorrido na madrugada de ontem, na avenida Estrela Dalva, no bairro Raiar do Sol, zona Oeste. Dois bandidos utilizaram uma arma de choque e roubaram uma autônoma. Este é o primeiro caso registrado na Central de Flagrantes I, no 5o Distrito de Polícia, zona Sul.
A vítima relatou aos policiais que andava pela avenida quando os dois bandidos a surpreenderam. A dupla estava em uma motocicleta Titan vermelha, com a placa virada. Eles fizeram a inteceptação e foram logo apontando a arma de choque na direção da vítima. Depois, sob ameaça, eles pediram a bolsa.
Como a autônoma obedeceu às ordens e entregou os objetos de valor, os assaltantes não dispararam a descarga elétrica. Aceleraram e sumiram em uma rua escura. Policiais civis informaram à Folha que as armas de choque estão sendo vendidas a “preço de banana” na Guiana.
“Brasileiros estão comprando muito este aparelho no país vizinho, mas não regularizam. É bom avisar que não se pode andar com essas armas de choque”, avisou um agente de polícia, que preferiu não se identificar.
O delegado Domingos Sávio, plantonista na Central de Flagrantes I, ontem pela manhã, explicou que, no caso da utilização da arma de choque durante um assalto, o suspeito será enquadrado por roubo qualificado, se for localizado.
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