A brasileira Benhildes Braga, 50 anos, está entre as 11 vítimas fatais do acidente com ônibus da empresa Los Llanos, ocorrido na última quinta-feira, 29 de setembro, próximo ao município de Guasipati, na Venezuela. A informação foi confirmada por uma amiga da vítima na tarde deste sábado, 01º.
Em entrevista a FolhaWeb, Reginalda Rufino contou que, por consciência, tinha ido passar alguns dias na cidade venezuelana de Puerto Ordaz, e que a amiga viria a Boa Vista para votar nas eleições deste domingo, 02.
“Eu passei alguns dias em Puerto Ordaz e ela tinha dito que viria a Boa Vista para votar. Ainda passei pelo local do acidente, era por volta de 07 horas, mas a gente não fazia ideia de que fosse o ônibus dela. Só tomei conhecimento do fato quando cheguei em casa. Eu me desesperei com isso”, contou.
Ainda segundo Reginalda, Benhildes era casada com Gerardo Alves e tinha cinco filhos. O casal tinha se mudado para a Venezuela em busca de melhores oportunidades. No entanto, o sonho acabou sendo interrompido por conta da forte crise financeira que assola o país vizinho.
“Ele [Gerardo] já trabalhava com colocação de forros e fachadas para empresas e ela era apenas dona de casa. Tinham ido para lá porque era financeiramente viável para ele, mas por conta da crise, os serviços começaram a ficar mais difíceis, tanto que já haviam acertado que voltariam a morar em Boa Vista a partir deste mês”, frisou.
Reginalda disse ainda que a família tenta agora trazer o corpo da dona de casa para ser enterrado em seu país de origem, no entanto, estão encontram dificuldades em garantir o translado.
“Liguei para a família, para saber como é que todos estavam e eles me disseram que já haviam embalsamado o corpo, mas ainda não tinham uma previsão de quando iria trazê-lo para Boa Vista, por conta do translado que é muito caro”, pontuou.
ENTENDA O CASO
A tragédia com o ônibus da empresa Los Llanos ocorreu quando o veículo fazia a rota de Ciudad Bolívar/Santa Elena de Uairén, na fronteira com Pacaraima, Norte do Estado. Houve capotamento na pista, na altura do Núcleo 10, nas proximidades do município de Guasipati, região Sul do país vizinho.
O resgate das vítimas só foi iniciado por volta das 05h do mesmo dia, por equipes de bombeiros e policiais da Venezuela. Os corpos das 11 vítimas foram levados para o necrotério na carroceria de uma camionete e os feridos encaminhados ao Centro de Diagnóstico Integral (CDI) de Guasipati e, posteriormente, transferidos para centros médicos no município de Ciudad Guayana.
Há suspeitas de que o veículo estivesse em alta velocidade, mas a polícia tambémtrabalha com hipóteses de falha mecânica e que o motorista tenha tentado desviar de um buraco na estrada.
