Polícia

Casal de adolescentes e um adulto são acusados de matar advogado

Além do acusado já localizado pela polícia, uma adolescente, também de 17 anos, e um rapaz de 22 anos são acusados de matar o advogado

Agentes da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) apreenderam, na segunda-feira, um adolescente de 17 anos suspeito de ter participado do assassinato do advogado Adilson Stulp. Mais duas pessoas, um homem e uma adolescente, também de 17 anos, estão sendo procurados pela polícia. Tudo indica que o crime foi de latrocínio, que é matar para roubar.
O corpo de Adilson foi encontrado no sábado passado, dia 07, com várias perfurações dentro do porta-malas do carro dele, um Focus, placa JXI 2604, na avenida Francisco Viana, no bairro Cauamé, zona Oeste. A Justiça já expediu mandados de busca e apreensão para os dois outros suspeitos.
Em entrevista coletiva, na tarde de ontem, a titular da DGH, delegada Mirian Di Manso, adiantou que a adolescente é suspeita de ser a mentora do crime. Ela teria sido auxiliada pelo adolescente que foi apreendido e por um adulto de 22 anos.
Para chegar aos suspeitos, a delegada explicou que contou com o apoio da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), uma vez que recebeu informações de que os acusados do crime teriam envolvimento com o tráfico de drogas.
Segundo o delegado da DRE, João Evangelista, depois de ser acionado pela DGH, os policiais chegaram ao adolescente, que já é alvo de investigações porque teria ligações com o tráfico. Evangelista explicou que, nas primeiras horas de anteontem, a polícia descobriu o endereço do rapaz.
O adolescente estava em casa e na companhia da mãe e de uma tia quando a polícia chegou. Ele mora no mesmo bairro onde o advogado foi encontrado morto. Conforme o delegado, o jovem não esboçou nenhuma reação e confessou o crime.
Ao fazer uma busca na casa, a polícia encontrou objetos do advogado, como relógio, óculos, máquina fotográfica, carteira porta cédula e a chave do Focus. Os policiais também encontram uma bermuda queimada. Havia também três munições, balança de precisão e uma pequena porção de maconha. Segundo os delegados, o adolescente contou que a suspeita de ser a mentora do crime tinha envolvimento amoroso com a vítima. Ela o teria convidado para matar o advogado.
“Tanto ela como o rapaz que estava com ela estariam interessados em alguém que pudesse conduzir o veículo. O adolescente concordou em ser chamado para ir até o endereço que eles forneceriam apenas para conduzir o veículo. E que isso aconteceu por volta das 4h da manhã”, detalhou a delegada.
CONTRADIÇÃO – A versão do adolescente é de que não teve participação direta no assassinato e que quando chegou à casa do advogado, o carro já estava aberto. “Ele nega a efetiva prática do homicídio, mas entrou em contradição quando explicou que estava com a bermuda com sangue porque o adulto envolvido no crime teria pedido para trocar de roupa com ele. Mas obviamente essa versão é praticamente impossível, inverídica. Nós acreditamos que ele participou efetivamente”, disse a delegada.
Por fim, o adolescente contou à polícia que ao deixar a casa da vítima, rodou pela cidade, inclusive pelo Centro Cívico, aguardando um telefonema da adolescente e de seu parceiro para informar o local onde deveria deixar o carro.
“Mas ele retornou para onde abandonou o veículo, pois não recebeu essa ligação indicando para onde deveria levar o carro e também porque já estava assustado, pois o dia já tinha amanhecido. Ele apenas levou alguns objetos do carro e abandonou o veículo, indo embora a pé. Ele mora próximo ao local onde o carro foi abandonado”, observou a delegada.
Até o encerramento da matéria, às 19h, a polícia continuava à procura dos outros dois suspeitos. Há informações de que uma moto do advogado também foi levada e que a suspeita da polícia é que ela tenha sido levada para a Guiana, na divisa com Bonfim, Leste do Estado, para ser trocada por droga. (AJ)