Na noite de quinta-feira, 7, por volta das 20h, policiais militares conseguiram prender a presidiária J. S. da L., de 29 anos, e D. R. de A., de 36, suspeitos de terem praticado uma série de roubos durante o período de carnaval. Segundo a equipe, a abordagem aconteceu na Rua Soldado PM Laurindo de Araújo Braga, no bairro Caranã. O casal estava num Fiat Siena.
Na direção do veículo, estava a jovem, que tem apenas uma perna. O homem estava no banco do passageiro. Em consulta ao Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), a PM descobriu que se tratava de um carro envolvido numa sequência de crimes. Inclusive, na quarta-feira, 6, teria sido usado no roubo de celulares, ocasião em que a dupla também ameaçou frentistas de postos de combustível.
A polícia acredita que o casal seja membro de uma facção criminosa e tenha tentado roubar um automóvel na última noite de carnaval, dia 5, mas a ação foi malsucedida. Ao conversarem com a suspeita, ela relatou que passou o dia com o companheiro e informou ainda que cumpre pena alternativa por roubo. Ela negou que seja integrante de facção.
Mas, ao analisarem os dados da jovem, ficou constatado que ela estava na condição de favorecida com o regime semiaberto, entretanto, o endereço informado à Justiça não era o mesmo lugar onde estaria morando atualmente. Já o homem também confirmou que passou o dia inteiro com a companheira e que não tem relação com nenhuma facção criminosa.
Ambos foram levados para a delegacia. Os dois justificaram que o veículo foi emprestado para uma conhecida que possivelmente tenha clonado a placa do automóvel, feito os roubos e imputado a eles toda a culpa.
Duas vítimas compareceram à delegacia e uma delas relatou que há 25 dias dormia em seu apartamento quando ouviu o barulho do portão se abrindo, mas demorou alguns minutos para levantar e conseguir ver o momento em que a presidiária, com dois homens morenos, furtavam sua máquina de lavar e colocavam dentro do porta-malas do Siena.
Além disso, a vítima esclareceu que a suspeita usava muletas, era sua vizinha de apartamento e que dirigia o automóvel com apenas uma perna. Amedrontada, a dona da residência invadida e proprietária da máquina de lavar não registrou o caso na polícia.
A segunda vítima é frentista e disse que na noite do dia 28 de fevereiro prestou favor aos suspeitos e estacionou o carro deles próximo à bomba de combustível do posto onde trabalha. O valor do abastecimento foi de R$ 153, mas informaram que só poderiam pagar R$ 40. A vítima exigiu que fosse pago o total e momentos depois a suspeita apareceu para deixar o restante do dinheiro. Ao lado de um comparsa, teriam feito ameaças de matar a frentista a facadas porque eram membros de uma facção. A vítima procurou a Polícia Civil para denunciar o crime de ameaça.
Durante o depoimento, a suspeita afirmou que tem três filhas menores e que nunca roubou ou furtou celular, máquina de lavar e botija de gás, assim como nunca ameaçou ninguém de morte e não é membro de organização criminosa. Também negou que na última noite do carnaval tentou roubar um carro, mas confessou que é presidiária e cumpre pena alternativa por roubo, inclusive foi presa duas vezes, mas não recorda quanto tempo ficou reclusa no sistema prisional.
O homem também negou todas as denúncias direcionadas a ele, mas confessou que já foi preso por homicídio e ficou dez anos detido na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc).
Como o caso requer uma apuração detalhada e os possíveis crimes relatados pelas vítimas já prescreveram para lavratura do flagrante.