Polícia

Chefe da Vigilância Sanitária é preso acusado de pedir propina

Depois de autuar empresa em valores altos, depois ele cobrava uma quantia para dar baixa nas autuações, segundo as investigações

Agentes do Núcleo de Repressão a Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos (NRCASP), da Polícia Civil, prenderam, em flagrante, ontem pela manhã, o coordenador da Vigilância Sanitária do Município de Boa Vista, Thiago Souza. Ele é suspeito de ter cobrado propina para dar baixa em duas autuações que ele mesmo fez contra uma empresa que trabalha na Capital no ramo de frios.

No dia 31 passado, segundo investigações da polícia, Thiago autuou a empresa em R$ 125 mil. Dias depois, ele fez uma nova autuação de R$ 250 mil, alegando que a empresa continuava comercializando produtos vencidos. A contadora da empresa, Margareth Mulinari, também foi presa, ontem pela manhã, suspeita de participar do crime. Ela teria acertado com Thiago a visita dele aos donos da empresa para cobrar R$ 80 mil de extorsão dos quais R$ 50 mil seriam para ele e R$ 30 mil, para ela.

Após a proposta do coordenador, os donos da empresa o denunciaram aos promotores do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), que, junto com policiais civis, começaram a investigar o caso. Os donos da empresa, então, entregaram os R$ 80 mil para a contadora, que, ontem pela manhã, foi ao encontro do coordenador no bairro São Pedro, zona Leste. Mas eles não sabiam que estavam sendo monitorados. Assim que Thiago pegou o dinheiro, os policiais deram o bote e prenderam-no, em flagrante, junto com Margareth.

A delegada Magnólia Soares, titular do Núcleo, enquadrou o coordenador por corrupção passiva e Margareth, como coautora. Como o crime não é afiançável, ambos passaram pelos procedimentos no Núcleo, fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e depois foram entregues: ele, na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), e ela, na Cadeia Pública Feminina, zona rural. Mas hoje, segundo a Assessoria da Polícia Civil, os dois deixam a prisão para irem à audiência de custódia. Eles retornarão ou não à tranca dependendo da decisão do juiz.

PMBV – A Prefeitura Municipal de Boa Vista informou, em nota, que, até ontem à tarde, não havia recebido nenhuma notificação oficial sobre o caso e que, assim que as informações fossem confirmadas, a Prefeitura estará à disposição para prestar os esclarecimentos necessários. (AJ)