Confusão entre advogados na sede da OAB-RR vira caso de polícia

Presidente da OAB acusa quatro advogados de invadir a sede da instituição, enquanto eles se defendem ao alegar que entraram dentro do horário de funcionamento e citar supostas agressões

Foto: Reprodução/redes sociais
Foto: Reprodução/redes sociais

A Ordem dos Advogados do Brasil em Roraima (OAB-RR) foi palco de uma confusão entre advogados na noite desta sexta-feira (15). Envolvidos no conflito, o presidente da instituição é candidato a reeleição Ednaldo Vidal, Francisco Guimarães, Bárbara Vinhote, Kassia Kamila, João Guilherme e Italo Teixeira registraram boletins de ocorrência para relatar o caso.

Enquanto Vidal, que estava acompanhado de Guimarães, trata o caso como invasão ao dizer que o conflito começou após às 18h, quando a OAB estava fechada, Bárbara – que juntamente com outros três advogados ligados à chapa oposicionista de Maise França, buscavam a comissão eleitoral para obter explicações sobre o pleito marcado para segunda-feira (18) -, considera supostas agressões por parte do presidente da OAB.

No boletim de ocorrência de Vidal, o vigilante da OAB relatou que um grupo de advogados teria invadido as dependências da entidade, empurrando-o para acessar a antessala e o gabinete da presidência. Preocupado, ele comunicou a situação a outro advogado, que, por sua vez, avisou ao presidente da OAB.

Ao chegar à sede, o presidente encontrou os quatro advogados no local. Questionados, eles afirmaram que tinham uma intimação relacionada à chapa da oposição e buscavam esclarecimentos.

Um dos advogados, João Guilherme, conforme relato do comunicante, teria começado a filmar a situação. O presidente pediu que ele interrompesse a gravação e, ao insistir, foi empurrado para se afastar. Após breve discussão, o grupo deixou o local.

O presidente afirmou entender o ocorrido como uma tentativa de prejudicar sua chapa eleitoral, destacando comportamentos que considerou inadequados durante o episódio. O caso foi registrado na polícia para apuração dos fatos e possíveis providências cabíveis.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Ednaldo relata a versão dos fatos.

Vídeo: Reprodução/Redes sociais

Outro lado

Por sua vez, Bárbara relatou que, juntamente com outros três advogados, foi à OAB por volta das 17h30 para cobrar um posicionamento da comissão eleitoral referente ao pleito, mas que, naquele horário, não havia nenhum representante do colegiado, que fica no segundo andar da sede da instituição.

O grupo, após o vigia da OAB informá-lo de que não havia ninguém no prédio, decidiu ir embora e informou ao funcionário de que estaria indo. Nesse momento, o vigia, ao ser perguntado se estava ligando para que alguém atendesse os advogados, avisou que estava ligando para a polícia.

“Nisso que ele estava ligando pra polícia eu falei: Por que você está ligando pra polícia? E aí ele não me deu mais informações. E falei: Então vou esperar a polícia”, relatou, destacando que o vigia, depois, disse que não tinha falado isso.

“O que muito me surpreendeu foi que, logo em seguida, chegou o doutor Francisco Guimarães, o doutor Ednaldo Vidal, muito alterados, eu estava sentada, eles vieram até a mim e perguntaram exatamente o que eu queria. “Doutor, eu queria falar com o presidente da comissão eleitoral”, que não é nenhum dos dois. E ele falou: “Mas o que você quer?” “Doutor, recebi essa intimação nesta tarde, depois de julgamento, e esse processo está com algumas inconsistências que eu queria verificar, pra gente conseguir apresentar alguma defesa tempestivamente”. E nisso que eu fiz essa explicação pra ele do que eu pretendia na OAB, o [advogado] João Guilherme estava tentando entrar e foi impedido pelo [vigia] China e o doutor Ednaldo sai da minha frente, via até a porta e fala pra botar o doutor João Guilherme pra fora, que estava tentando entrar”, prosseguiu.

Nesse momento, a advogada relata que o colega João está com o grupo. “Nisso que eu falo, eu já estou de pé, não tem problema nenhum deixar o doutor João Guilherme entrar, ele retorna pra mim muito agressivo, com uma cara de raiva, ele pega no meu braço, me segura com força e fala pra gente ir até o gabinete da presidência. Eu só consegui falar pra ele não tocar em mim, ele, doutor Francisco do lado dele, doutor Ednaldo me segurando, só consegui dar um passo pra trás e dizer: doutor, por favor, não toque em mim, não toque em mim, e indo pra trás. E ele gritando, eu não conseguia nem compreender direito as coisas que ele estava me falando. Doutor Francisco, ao lado dele, também tentou tocar em mim e eu gritei: doutor, por favor, não toque em mim”.

Por fim, ela relata que João entra na OAB e diz a Ednaldo para não bater na advogada. “Ele falou: ‘o senhor não vai bater nela’. E o meu sentimento naquela hora foi de que ele fosse me agredir. Eu não conseguia pensar em outra coisa, fiquei paralisada e nisso doutor Ednaldo saiu da minha frente, agrediu doutor João Guilherme, bateu no braço dele, o doutor João Guilherme caiu no chão e eu pensei em ir embora naquele momento”, completou.