Após 48h de buscas, o corpo do agricultor Daniel Almeida de Lima, de 19 anos, foi encontrado na quinta-feira, dia 23, boiando sobre as águas do rio Itã, próximo à Vila do Itã, município de Caracaraí, Centro Sul do Estado. A vítima tinha se afogado por volta das 11h da terça-feira, dia 21 e o corpo ficou submerso. Ele possivelmente tenha sido vítima de um mal súbito enquanto atravessava o rio que tem cerca de 50 metros de largura.
A reportagem da Folha conversou com os irmãos de Daniel. Eles contaram que a vítima estava junto com o cunhado e que ambos estavam atravessando o rio para chegar até uma canoa para então irem a uma área de lavoura, onde fariam a colheita de pimentas, mas apenas o cunhado conseguiu chegar à margem.
O irmão explicou que o cunhado disse que quando estava chegando ao fim da travessia, ouviu o grito de Daniel chamando por seu nome e quando retornou para ajudá-lo, ainda conseguiu pegar em sua mão, mas como estava pesado demais, acabou soltando e não conseguiu mais encontrar a vítima. “O rio é estreito e ele já tinha passado da metade, onde a correnteza estava um pouco forte e já estava chegando no remanso”, acrescentou.
As buscas se intensificaram e amigos, juntamente com os familiares, conseguiram encontrar o corpo da vítima e, apesar de estar em decomposição e parcialmente comido por peixes, reconheceram imediatamente como sendo o cadáver de Daniel. “Quem avistou, pensava que era um tronco, mas quando se aproximaram, confirmaram que era o meu irmão. Nós conhecemos pelas características físicas e pelo cordão que estava no pescoço dele. As impressões digitais não estão boas, mas trouxemos fotos dele sorrindo para o exame da arcada dentária”, explicou a irmã.
Homens que atuam no Pelotão do Corpo de Bombeiros em Caracaraí fizeram o resgate do cadáver e levaram para o necrotério do Hospital que fica na sede do município. Na tarde da quinta-feira, o rabecão do Instituto de Medicina Legal (IML) fez a remoção e trouxe o corpo para a Capital, onde foi submetido ao exame de necropsia, na manhã de ontem, dia 24.
A morte de Daniel deixou a família muito abalada pelo fato do jovem ser atleta e jogar futebol na região. “A gente nunca imaginou que ele teria qualquer problema de coração ou coisa parecida. Se tinha não aparentava. Ele era um ótimo jogador, meu irmão, mas também meu amigo. Dormíamos no mesmo quarto e tudo o que eu fazia, ele acompanhava”, ressaltou.
Daniel era o penúltimo de 12 filhos, tinha uma namorada e morava na vila do Itã com os pais, que estão muito abalados. “Quem está resolvendo tudo sou eu e meu irmão. Meus pais estão muito tristes com o que aconteceu e ficaram esperando a gente levar o corpo para lá, onde vai acontecer o velório e o enterro”, concluiu. (J.B)