Polícia

Corpo de gerente é encontrado no lavrado com sinais de tortura

Funcionários de uma empresa encontraram o corpo que foi desovado em uma área isolada perto do anel viário

Depois de cinco dias do desaparecimento do gerente de restaurante,  Genésio de Araújo, 27 anos, a procura por familiares e pela polícia chegou ao fim. O corpo dele foi encontrado no fim da manhã desta segunda-feira, 12, por funcionários de uma empresa numa área próxima à estrada que dá acesso ao Anel Viário, a cerca de um quilômetro do bairro Cidade Satélite, zona Oeste. O principal suspeito do crime é o foragido Élio de Frank, vulgo “Muito Doido”, que foi visto pela polícia com o carro da vítima.

Pelas características do cadáver, a vítima teria sido torturada antes de morrer, uma vez que as mãos estavam amarradas, além de uma mordaça ter sido feita com uma camisa que possivelmente pertencia a Genésio. Por conta do sol forte, o corpo apresentava sequidão por conta da perda de líquido e estava sem os olhos, que provavelmente tenham sido comidos por urubus. Uma sandália também estava próxima ao corpo. Ao redor do cadáver havia inúmeras pegadas das aves.

Um vídeo foi gravado no momento em que os funcionários da empresa encontraram o corpo, mostrando que a desova foi feita num lugar deserto. A Polícia Militar foi acionada e fez o isolamento da área para impedir que curiosos se aproximassem. Peritos da Polícia Civil deslocaram-se para realizar os procedimentos técnicos, além de coletar as informações sobre o local e as circunstâncias em que o cadáver foi encontrado para elaborar o relatório, que será parte integrante do inquérito policial.

Uma equipe do Instituto de Medicina Legal (IML) também foi acionada para fazer a remoção. A família reconheceu o corpo de Genésio, que ainda na tarde de ontem foi liberado para realização do funeral e sepultamento.

FACEBOOK – Na semana passada, foi divulgado por familiares do gerente morto um perfil falso do Facebook com a foto de Élio de Frank. Embora a foto seja do foragido, o nome do perfil era “Bruno Castro de Sousa”, inclusive entre os “amigos” do perfil está a vítima. Ambos comentavam as postagens um do outro nas redes sociais.

MATERIAL COLETADO – De acordo com as informações de um perito, fios de cabelo, sangue, que possivelmente pertençam à vítima, além de indícios de consumo de drogas, marcas de digitais dos suspeitos foram encontrados no carro de Genésio. A perícia já acreditava que todas as circunstâncias apontavam que o corpo teria sido desovado ou ocultado.

O material colhido dentro da picape da vítima será submetido a exames específicos e pode ser comparado com o cadáver, a fim de saber se o DNA é de Genésio. A expectativa é que o exame ajude a elucidar os fatos.

Genésio sumiu no dia 07 e o carro dele foi encontrado com foragido

O gerente de restaurante, Genésio Araújo, gerenciava um restaurante na Praça Ayrton Senna e estava desaparecido desde a madrugada de quarta-feira, 07. Conforme a família, ele saiu de casa, no bairro Buritis, em seu veículo, uma picape Strada, cor prata, portando o dinheiro do caixa do estabelecimento comercial onde trabalhava, que teria sido arrecadado durante a noite da terça-feira, 06.

Depois que o veículo foi abandonado pelos suspeitos no bairro Jardim Primavera, zona Oeste, familiares ficaram desesperados. De acordo com testemunhas, dois homens, sendo um deles o foragido do sistema penitenciário Élio de Frank (veja mais sobre o foragido na página 5A), eram os ocupantes do automóvel. Eles fugiram quando perceberam a presença da polícia em uma blitz.

Na mesma noite em que o carro foi apreendido pela polícia, uma recepcionista de 31 anos, que seria ex-namorada do foragido, que dava apoio a ele, foi conduzida ao Plantão Central do 5º Distrito de Polícia para prestar esclarecimentos. O telefone celular que estava com a mulher foi apreendido e nele continha mensagens trocadas com Élio de Frank, nas quais mostravam a intenção do criminoso em vender o carro de Genésio Araújo.

A última vez que a família viu o gerente foi por volta da 00h30 da quarta-feira, quando ele chegou a sua casa, trocou de roupa e avisou aos parentes que dormiria fora. Depois do sumiço, a família registrou um Boletim de Ocorrência para que a polícia iniciasse as investigações. (J.B)