No começo da tarde desta segunda-feira, 24, o corpo de um homem, identificado como Elias Cunha Silva, de 45 anos, foi encontrado na estrada do Bom Intento, zona rural de Boa Vista, nas proximidades do Centro Socioeducativo (CSE). Marcas da violência praticada pelos assassinos estavam espalhadas pelo corpo. O rosto ficou completamente desfigurado.
De acordo com um familiar que aguardava a liberação do corpo na sede do Instituto de Medicina Legal (IML), o homem saiu de casa às 18h de sábado, 22, e disse à filha que retornaria em meia hora, mas desapareceu.
Preocupado com o paradeiro do pai, o filho foi até a delegacia fazer o registro do Boletim de Ocorrência (B.O.) e contar sobre os fatos à polícia para iniciar uma investigação. Além disso, a família também fez campanha nas redes sociais e aplicativos de compartilhamento de mensagens, a fim de encontrá-lo. “Saiu no sábado à noite, sozinho, de carro. Falou para a filha dele que voltaria em meia hora para levar ela num aniversário.
Passou uma hora, elas ligaram e só dava na caixa postal”, afirmou um primo de Elias.
Quando ele chegou ao Distrito Policial, uma guarnição da Polícia Militar também se apresentava para informar a localização de um veículo no bairro Monte das Oliveiras, zona Norte, na BR-174, na saída para a Venezuela.
O filho relatou os fatos à polícia e foi levado ao local onde estava o veículo para fazer o reconhecimento. A filha também foi chamada e ambos afirmaram que era o carro de seu pai. Muitas marcas de sangue foram encontradas, principalmente no porta-malas do automóvel.
“A partir daí, ficamos preocupados sobre a possibilidade de ser algo mais sério. Quando disseram que um corpo tinha sido encontrado no Bom Intento, perto do CSE, a gente já imaginou que seria o dele. Para o local onde o carro estava até o ponto onde o corpo foi encontrado, a gente calculou que realmente era o corpo dele porque a desova foi feita por perto. A gente ainda procurou no Anel Viário e não encontramos nada”, declarou o familiar.
Houve dúvidas de que o corpo era de Elias Silva, no entanto, a família ressaltou que a mesma bermuda e camisa que ele trajava no dia do desaparecimento estavam no corpo e que as características físicas eram as mesmas, por isso não duvidaram. O departamento de identificação da polícia fez a coleta das impressões digitais e confirmou ainda na tarde de ontem que o corpo era mesmo o de Elias.
Os familiares não quiseram falar sobre suspeitos, mas salientaram que a polícia já está a par de todas as informações e que deve investigar em sigilo para que os autores do crime não fujam e para não atrapalhar as investigações que estão em curso. A família enfatizou que não se trata de um latrocínio (roubo seguido de morte) porque o veículo foi abandonado e no bolso da bermuda da vítima foi encontrada uma cédula de R$ 50,00. “Isso foi uma coisa armada. Planejaram a morte dele”, disse.
Uma equipe do IML fez a remoção do corpo. A perícia também esteve no local onde o corpo foi encontrado para realizar os procedimentos de coleta de informações e características do local da desova. No final da tarde de ontem, após exame cadavérico, o corpo foi liberado à família para sepultamento. (J.B)
