Polícia

Costureira morre após acidente entre moto e carro

A costureira estava em uma motocicleta com o esposo quando invadiram a preferencial e bateram num táxi lotação. Segundo testemunhas, no cruzamento das ruas N -15 com N-17 não há sinalização

Em apenas quatro dias do mês de outubro, duas pessoas morreram vítimas de acidentes de trânsito, ambos envolvendo motocicleta. A vítima mais recente foi à costureira Anastácia de Souza, 41. Ela seguia sem capacete na garupa de uma motocicleta, que colidiu contra um carro. Anastácia deixou órfão, oito filhos, três deles menores de idade.
O acidente, segundo o motorista de táxi lotação envolvido no fato, Mário Conceição Vieira, 28, ocorreu à exata 6h15 de sábado, no cruzamento das ruas N-15 com S-17, no bairro Santa Luzia, zona Oeste da capital.
“Seguia pela S-17 sentido Senador Hélio Campos, estava indo deixar o proprietário do veículo na casa dele. De repente, escutei um pancada forte na parte traseira do carro. Ao olhar pra trás vi duas pessoas ao chão, parei e corri pra ver o que havia acontecido. De imediato acionei o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] e a PM [Polícia Militar]”, explicou Márcio à reportagem.
Ele lembrou ainda, que o casal – que seguia pela N-15 numa motocicleta Bros de cor preta sentido Silvio Botelho. “Rapidamente o senhor levantou, mas a mulher inconsciente permaneceu imóvel no chão. Perguntei se ele estava bêbado, disse apenas que havia ingerido bebida alcoólica, e, quando questionei se tinha habilitação, me garantiu que não. Informei que iria chamar a polícia, quando ele falou que sim, pois a esposa não estava bem. O capacete dele foi parar muito longe”.
Cerca de meia hora depois chegou ao local à equipe do Samu. De acordo com relatório, a vítima apresentava traumatismo crânio encefálico (TCE), sem pulsação. Durante 15 minutos foram realizadas manobras de reanimação cárdio pulmonar (RCP), mas em vão. O óbito foi registrado às 7h11.
O pedreiro Manoel da Silva Santos, 37, que pilotava a motocicleta, esposo de Anastácia, sofreu ferimentos leves foi socorrido no local e posteriormente encaminhado à unidade médica.
Até a conclusão desta matéria, Manoel que não apresentava risco de morte, ainda não havia sido liberado do hospital. O caso foi entregue no Plantão de Polícia Genérico (PPG), e depois de analisado pelo delegado plantonista Paulo André Migliorim, deve ser ainda hoje remetido à Delegacia de Acidentes de Trânsito (DAT).
SEM SINALIZAÇÃO – Em entrevista à Folha, moradores do local denunciaram que no local não há sinalização. “Tudo que não é proibido é permitido. Nós que moramos aqui sabemos de quem é a preferencia, mas aquele condutor que não conhece o local fica perdido, pois a N-15 tecnicamente deveria ser preferencial, pois é paralela às avenidas principais, o que não ocorre aqui”, disse uma moradora que preferiu não se identificar.
Segundo o autônomo Otoniel Medeiros da Costa, 54, vários acidentes graves e de repercussão já ocorreram no local. “Alguns anos atrás um ônibus passou por cima da cabeça de uma criança. Tempo depois outra pessoa morreu vítima da mesma causa, falta de sinalização. Os responsáveis pela logística do trânsito, ao invés de só reprimirem, deveriam se atentar para detalhes que são de suma importância para os motoristas. Se temos de cumprir as leis e seguir as regras, nesse caso específico elas deveriam pelo menos estarem à mostra, no caso as placas. Daqui até a S-04 não existe uma sinalização nem horizontal tão pouco vertical”.
Após o trabalho da perícia, o corpo da costureira foi levado ao Instituto Médico Legal (IML), para exame cadavérico e posteriormente entregue aos familiares para sepultamento, o que ocorreu no domingo.