Polícia

Criança de 2 anos é estuprada e morta por primo de 14 anos

Criança foi tirada de casa enquanto dormia e levada para a margem de uma estrada, onde foi violentada e morta

O sumiço e a morte de uma criança de quase 2 anos (1 ano e 11 meses), na madrugada do dia 1º, deixaram perplexos policiais e os moradores da Comunidade do Ouro, no Município do Amajari, ao Norte do Estado. O corpo foi encontrado com sinais de espancamento, traumatismo craniano e violência sexual.

O crime, segundo a investigação da polícia, foi praticado por um adolescente de 14 anos, primo da vítima, que confessou a autoria, mas negou ter sido o responsável pelo estupro. A comunidade do Ouro fica a cerca de 30 quilômetros da BR 174, cerca de 120 quilômetros da sede do Amajari.

Para praticar o crime o adolescente disse que bebeu três doses de cachaça, entregues pelo padrasto da vítima. Ele foi até a casa da criança, por volta das 23h do dia 31, percebeu que todos estavam dormindo, tirou a criança da rede, levou-a para um local às margens da estrada de piçarra e disse que desferiu golpes com os punhos fechados na cabeça do bebê até que ele morresse.

No entanto, os policiais encontraram um pedaço de madeira com marcas de sangue que serão comparadas ao material coletado da criança para saber se confere com o sangue dela. O delegado que cuida do caso, Trajano Júnior, disse que ficou sabendo primeiro do sumiço após um registro de Boletim de Ocorrência (B.O.) feito pela mãe, na manhã do dia 1º.

Na segunda-feira, 02, o corpo foi encontrado a 300 metros da residência de onde havia desaparecido. A casa onde a família dormia é da avó da criança. “Depois que o corpo foi localizado, passamos a investigar.

Acompanhei a necropsia no corpo da criança e foi constatado que houve violência sexual e traumatismo craniano”, destacou Trajano Júnior.

A polícia ressaltou que o adolescente, acompanhado por uma equipe de policiais, foi até o local do crime e contou como matou o bebê. Diante dos fatos, foi feita a apreensão e ele será encaminhado para o Centro Socioeducativo (CSE), na zona rural de Boa Vista. “Ele não sabe explicar o motivo por que fez isso. Disse que bebeu as três doses de cachaça, mas que se lembra de tudo o que aconteceu, que estava consciente, mas não sabe explicar”, destacou o delegado.

De acordo com as investigações, no momento em que a criança foi tirada da rede, nenhum familiar percebeu. A mãe contou à polícia que deu falta do filho quando acordou e não o encontrou na rede. A partir daí as buscas foram iniciadas.

O delegado reforçou que o adolescente teve que ser tirado às pressas da comunidade, tendo em vista que populares clamavam por seu linchamento. Para chegar ao menor, a sandália que ele usava foi encontrada na residência onde a família estava dormindo. Como a comunidade é pequena, a sandália foi reconhecida.

Todo o procedimento, desde a chegada do corpo no “rabecão” até as oitivas, foi realizado na sede do Instituto de Medicina Legal (IML). O crime sensibilizou as autoridades policiais por envolver uma criança. “Fatos envolvendo crianças ganham uma repercussão social muito grande. Estamos lidando com crimes há muito tempo, mas realmente esse tipo de homicídio mexe com o ser humano”, frisou o delegado.

O corpo da criança foi liberado à família no fim de tarde de ontem e deve ser levado à comunidade para funeral e sepultamento. A família, muito abalada, não falou sobre o caso. (J.B)