Uma oficina na Avenida Princesa Isabel, no bairro Tancredo Neves, foi palco de uma tentativa de homicídio onde três pessoas ficaram feridas, duas delas por bala perdida. Um dos feridos é uma criança de 10 anos.
O alvo dos tiros era um rapaz que foi buscar um serviço de mecânica na oficina do bairro. Não se sabe do estado de saúde do jovem. O crime ocorreu às 11h50 dessa terça-feira, dia 30.
As testemunhas contaram que dois indivíduos chegaram em uma motocicleta e efetuaram aproximadamente seis tiros em direção ao rapaz que estava sentado na entrada da oficina. Uma bala perdida acertou a perna direita de um menino, na região da canela. Outro rapaz, de origem venezuelana, que também estava no local, foi atingido no braço direito. O rapaz que foi perseguido pela dupla foi socorrido por um colega que o acompanhava e levado para o hospital por meios próprios. As duas vítimas que permaneceram na oficina foram socorridas pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e pelo Resgate do Corpo de Bombeiros. A área foi isolada por homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar.
A criança chorava e reclamava de dor, sendo amparada pela própria mãe que também chorou muito ao ver a situação do filho. Depois de efetuar os tiros, os criminosos fugiram a pé. O rapaz ferido no braço conversou com a reportagem da Folha. “Os caras chegaram e atiraram e eu saí correndo”, declarou a vítima.
Uma testemunha que trabalha na loja e não quis se identificar detalhou os fatos. “O cliente chegou querendo fazer um serviço no carro dele. Eu falei que estava ocupado e que ele deveria esperar um minuto que eu iria atendê-lo. Ele sentou e se aproximaram dois rapazes armados e começaram a atirar contra ele. Não deu para identificar as armas. Essa situação nunca tinha acontecido na oficina porque ninguém traz esse tipo de situação para cá. Todo mundo ficou surpreso e nervoso. Foi muito tiro e a gente nunca tinha ouvido tanto tiro. Nunca tinha presenciado uma cena dessas”, acrescentou.
Um jovem que estava perto da vítima disse que estava em pé, de costas e não viu o momento em que os criminosos chegaram. “Eu olhei para trás, meu pai me puxou e eu vi um rapaz de roupa azul, com um revólver 38 na mão. Eu corri para o fundo do quintal, onde tinha lugar para se esconder”, revelou.
Um taxista que estava com o carro na oficina também testemunhou o tiroteio. “Quando o rapaz estava trocando o filtro de óleo, um indivíduo entrou aqui com o revólver e foi disparando e eu também não quis saber de nada. Saí correndo e pulei o muro. Eu tenho 66 anos, mas com o medo que eu estava não sei nem como pulei”, explicou.
Uma enfermeira do Samu explicou o ferimento da criança. “A criança apresentava ferimento de raspão discreto no membro inferior direito, sem muito sangramento. Apenas ferida lacerante”, detalhou.
O médico do Samu foi quem explicou sobre a condição do jovem ferido no braço. “O paciente tem uma lesão perfuro-contundente no membro superior direito, região do antebraço, sangrante, sem orifício de saída, somente orifício de entrada. Foi feito curativo, contenção do sangramento, imobilização do membro e levamos ele para o HGR. Não temos informação sobre o terceiro paciente”, declarou. (J.B)