CASO DÉBORA

Defesa diz que PM suspeito de matar adolescente não saiu de casa na noite do crime

À FolhaBV, o advogado disse que a cor, o modelo e tamanho da motocicleta do vídeo não condizem com a de A.S.L

Vídeo mostra duas pessoas em cima de uma motocicleta e, em outro momento, condutor retorna sozinho (Foto: Reprodução)
Vídeo mostra duas pessoas em cima de uma motocicleta e, em outro momento, condutor retorna sozinho (Foto: Reprodução)

A defesa de A.S.L, policial militar suspeito de matar Débora dos Santos Bezerra, de 17 anos, se manifestou após o vazamento do vídeo de uma câmera de segurança, que supostamente mostra ele levando-a em uma motocicleta ao local do crime. O advogado Diego Rodrigues afirmou que o cliente não saiu de casa naquela noite e negou que seja ele nas imagens.

Débora foi encontrada morta com três tiros na cabeça, na vicinal 6 KM 3, no município de Rorainópolis, no dia 4 de maio. O policial militar suspeito de envolvimento no caso mantinha um relacionamento extraconjugal com a adolescente. Em 10 de maio, ele foi preso.

“Ocorre que a investigação ainda não foi concluída. Além disso, pelas imagens ruins e de baixa qualidade, não é possível saber quem é o condutor, qual a moto usada e outras informações pertinentes para a investigação e que apontem para o senhor A.S.L.”, pronunciou.

Diego Rodrigues é advogado de defesa de A.S.L. (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

À FolhaBV, o advogado disse que a cor, o modelo e tamanho da motocicleta do vídeo não condizem com a de A.S.L. Comentou ainda que câmeras de segurança, localizadas na rua da casa do policial, teriam registrado que o suspeito estaria em casa na noite em que ocorreu o crime.

“O vídeo vazou antes que o advogado visse, mas posso dizer que não era meu cliente. A moto dele é grande e a do vídeo parece ser muito menor. A imagem é muito ruim. Pode até ser a Débora no vídeo, não tenho essa informação”, disse.

O advogado de defesa enfatizou que o policial não teria cometido o crime e que há outras filmagens que mostrariam a casa e a rua da casa do cliente dele, porém, afirma que “a Polícia Civil não se interessou em apresentá-las na investigação, preferiu usar prints que podem ser editados”.

A reportagem questionou a Polícia Civil se há confirmação de que seria o militar e a adolescente no vídeo vazado. Confira abaixo a nota completa:

A Polícia Civil de Roraima informa que várias diligências foram realizadas e outras estão tramitando para esclarecer totalmente a morte da adolescente Débora dos Santos Bezerra, de 17 anos, ocorrido na madrugada do dia 4 de maio, no km 3 na Vicinal 6, zona rural de Rorainópolis.

Dentre as ações desenvolvidas constam o mandado de busca e apreensão em residência e a prisão do soldado da Polícia Militar A.C.L., de 34 anos, apontado como o principal suspeito do feminicídio contra a adolescente. Essas ações ocorreram no último dia 10, na casa do pai dele, em um sítio localizado na Vicinal 3, área rural de Rorainópolis.

Ao longo das atividades investigativas, a Polícia Civil tomou a termo o depoimento de várias pessoas visando o esclarecimento da morte da Adolescente.

Quanto ao vídeo divulgado em redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, a Polícia Civil informa que instaurou inquérito policial para esclarecer quem foram os responsáveis por sua divulgação. Esclarece ainda que não somente o vídeo, mas parte do relatório policial foram extraídos de forma irregular do processo que tramita na Justiça. Três pessoas apontadas nas investigações como autoras da divulgação foram ouvidas na Delegacia.

A Polícia Civil esclarece ainda que a investigação sobre a morte da adolescente está sob sigilo, e somente com a finalização de todos os trabalhos poderá se manifestar.

Débora foi assassinada no dia 4 de maio (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Defesa afirma que há outros suspeitos

De acordo com Diego Rodrigues, há outras pessoas suspeitas de estarem envolvidas na morte de Débora. Uma delas seria um homem, que teria feito ameaças à adolescente, ao policial militar e à esposa dele.

“Essa pessoa tem passagens pela polícia, inclusive por homícidio, mas a Polícia Civil não está investigando isso. Ele foi preso pela Polícia Militar em flagrante, foi conduzido até a delegacia sob a acusação de incitação ao crime, devido às ameaças, e foi liberado. E o meu cliente, que é inocente, está preso”, manifestou.