CRISE NA POLÍCIA CIVIL

Delegado pede exoneração do Departamento de Homicídios: "Tentativas frustradas"

Marcos Lázaro cita tentativas frustradas de reorganização administrativa e operacional do Distrito de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco)

Marcos Lázaro deixa o DHPP (Foto: Arquivo FolhaBV)
Marcos Lázaro deixa o DHPP (Foto: Arquivo FolhaBV)

O delegado Marcos Lázaro Ferreira, pediu exoneração do cargo de diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O pedido, que foi encaminhado ao delegado geral de Polícia Civil, cita que algumas demandas do Departamento não teriam sido levadas em consideração pela gestão da PCRR.

No documento, o qual a FolhaBV teve acesso, o delegado cita o caso dos dois delegados que foram afastados da Comarca de Rorainópolis, e diz que o fato poderia ter sido evitado. Assim como a falta de delegado em Pacaraima.

Ainda na carta, Marcos Lázaro cita tentativas frustradas de reorganização administrativa e operacional do Distrito de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). “Á pleitos relacionados à disponibilização de viaturas, servidores, mudança de sede, bem como a aquisição de workstations e licenças de ferramentas Business Intelligence”, acrescentou.

O delegado cita ainda os resultados alcançados enquanto esteve a frente do departamento, como a excelência na localização de crianças desaparecidas que alcançou 100%.

Ainda segundo Marcos Lázaro, nem mesmo as “guerras particulares” promovidas por organizações criminosas da Venezuela, a ação de milícia armada e a mineração ilegal foi levado em consideração para que as demandas do departamento fossem atendidas.

Falta de pessoal

Recentemente em entrevista ao Agenda da Semana da FolhaFM 100.3, os delegados Simone Arruda e Lurene Junior relataram que, atualmente, há sobrecarga de trabalho aos titulares da Polícia Civil de Roraima (PCRR). 

Segundo eles, não há delegados suficientes para ocupar os cargos titulares. “Você tem poucos delegados, várias cidades, várias delegacias. […] As demais instituições de combate ao crime cresceram, enquanto a polícia civil, simplesmente foi regredindo. […] São 19 anos, você observa um envelhecimento dos profissionais com a sobrecarga de trabalho, um trabalho que é estressante, faz com que alguns profissionais não consigam trabalha e precisam da licença médica”, comentou Simone Arruda.

Outro lado – A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil que se manifestou por meio da seguinte nota:

A Polícia Civil de Roraima esclarece que é importante reconhecer que mudanças fazem parte do ambiente profissional, e o fato de a exoneração ter sido a pedido demonstra uma escolha pessoal do ex-diretor. Assim, interinamente o delegado José Lurene Júnior responderá pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa.

Quanto às questões relacionadas ao afastamento de dois delegados de Rorainópolis, a Polícia Civil ressalta que a Procuradoria Geral de Justiça encaminhou ofício recomendando a instauração de procedimentos contra os dois, sendo, assim, instaurado o PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar), para investigar suas condutas, que tramita em sigilo. Desta forma, acatando a recomendação do Ministério Público de Rorainópolis, a Corregedoria Geral de Polícia sugeriu à Delegacia Geral o afastamento dos dois servidores, sendo acatada no dia 24 julho, para assegurar a imparcialidade e transparência dos fatos.

A Polícia Civil ressalta ainda que já havia fortalecido a equipe do Distrito de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e atendido ao pleito dos servidores, incluindo plantões extraordinários, de acordo com o planejamento e a necessidade de aplicação do efetivo.

Para finalizar, a Polícia Civil afirma que medidas administrativas e aquisições de materiais são contínuas, visando otimizar o funcionamento da Instituição, como a aquisição de viaturas, armamento, munição, coletes à prova de bala e equipamentos tecnológicos, dentre outros. São ações que demonstram o comprometimento da Instituição em melhorar suas operações.