Polícia

Denúncia afirma que traficantes dominam a cidade de Pacaraima

Traficantes dominam ruas e praças de Pacaraima, município na fronteira do Brasil com a Venezuela, a 220 quilômetros da Capital pela BR-174, Norte de Roraima. Moradores denunciam que o tráfico aumentou nos últimos meses, naquele município, e que estaria sendo acobertado por pessoas influentes.
Segundo os denunciantes, que preferiram não se identificar por medo de represálias, membros da quadrilha dos traficantes estariam avisando aos comparsas o dia e a hora das abordagens feitas pelas equipes de investigação da Delegacia de Pacaraima.
“Muita droga entra por aqui. Vem da Colômbia, passa pela Venezuela e chega ao Brasil por Roraima. Não há um combate efetivo aqui na fronteira. Já ouviu falar em uma grande apreensão aqui?”, questionou ao afirmar que tem gente influente fazendo parte da quadrilha internacional.
O denunciante é um empresário que mora em Pacaraima há mais de 15 anos. Segundo ele, a entrada cada vez maior de jovens no submundo das drogas o motivou a fazer a queixa. Avisou que já fez um relatório detalhado do tráfico no município e que vai repassar as informações esta semana às autoridades competentes.
“É triste ver esta situação. Pacaraima está cheio de jovens viciados. Os traficantes recrutam os menores de idade, que logo se viciam e passam a traficar droga para poder sustentar o próprio vício. É assustador o número de adolescentes nesta situação. Alguém tem que tomar uma providência”, alertou.  
O empresário deu mais informações a respeito do tráfico na fronteira. Ele cita três nomes que supostamente estariam vendendo droga a mando de um traficante conhecido como “Sargento”. A venda ocorre com frequência na avenida Venezuela e na rua Arai, no Centro. A quadrilha também estaria agindo no morro do Quiabo, no bairro Elzo Montenegro Peixoto. “O tráfico lá ocorre em plena luz do dia. E todos veem, menos a polícia”, criticou.
O suposto chefe da quadrilha daria as ordens do bairro das Orquídeas e no Centro da cidade. De lá ele também receberia informações a respeito do andamento de investigações e das batidas policiais.
A Folha tentou, ontem à tarde, contato telefônico com a Delegacia de Pacaraima e com o pelotão do Exército naquele município, mas não obteve êxito até o encerramento da matéria, às 18h20. (AJ)