Polícia

Detentos enfrentam policiais para tentar tomar controle do presídio

Detentos da Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), zona rural de Boa Vista, se rebelaram no início da tarde de ontem, durante uma revista feita por policiais militares. Com armas artesanais e pedras, eles atacaram PMs e agentes penitenciários. Depois, atearam fogo em colchões e quebraram uma parte de trás do presídio. Foi chamado reforço e houve confronto.
Dois policiais militares e 14 detentos ficaram feridos. Quatro presos foram levados ao setor de Grande Trauma do Pronto Socorro Francisco Elesbão. Os PMs foram atingidos com vidros e pedras na cabeça e ombro. Todos já receberam alta médica.
A rebelião começou às 13h30. Os presos foram contidos duas horas depois. O secretário de Segurança Pública (Sesp), coronel Amadeu Soares, revelou que a intenção dos detentos era tomar o presídio, acuando os policiais e agentes. “Durante a revista, eles partiram para cima dos policiais com pedras. Então, houve o confronto. Os policiais não conseguiram controlar a situação, por isso acionaram reforço”, explicou.
Para ter de volta o controle da Penitenciária foram acionados mais de 300 policiais da tropa de elite da PM, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), do Grupamento Independente Intervenção Rápida Ostensiva (Giro), do Canil, do Grupo de Resposta Tática (GRT), da Polícia Civil, do Grupo Tático da Guarda Civil Municipal (Gtam) e dos policiais do Ronda no Bairro.
Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Resgate também foram acionadas meia hora depois do início da rebelião. Um carro-pipa do Corpo de Bombeiros chegou à Penitenciária assim que a rebelião foi contida. Alguns colchões da ala 13 ainda queimavam. Dentro da muralha, muita gritaria.
“Houve resistência dos presos à vistoria que estava sendo feita hoje [ontem] pela manhã. A intenção dos presos era tomar o presídio, mas o governo não admite uma conduta que ponha em risco a sociedade. Por isso, foi solicitado reforço e a situação já foi controlada”, informou o secretário de Comunicação, Weber Negreiros.
O secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Natanael Nascimento, confirmou que os presos quebraram parte da cadeia e tocaram fogo em colchões. “Mas contamos com o apoio das polícias e da Secretaria de Segurança Pública e controlamos a situação”, frisou.
O secretário de Segurança, Amadeu Soares, tentou explicar um dos prováveis motivos da rebelião. “Recebemos a informação de que os presos estariam cavando um túnel porque não conseguem mais fugir pulando o muro, pois as guaritas foram reforçadas. Então, os detentos tentaram impedir a revista”.
Até ontem à tarde, os policiais ainda não haviam encontrado o suposto túnel. Viaturas da Polícia Militar deixaram o local após a contagem dos presos. Não houve fuga nem detentos feridos gravemente.