Presos pelo latrocínio do pedagogo Rafael Rabelo Pinheiro, de 29 anos, no início da manhã deste sábado (21), os dois homens de 35 e 21 anos já estiveram presos durante um ano e oito meses na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc). A dupla foi flagranteada em maio de 2018 pelo crime de roubo, também em Caracaraí, região ao Centro-Sul de Roraima.
Na época, os indivíduos, armados com facas, roubaram aproximadamente R$ 250 reais e o celular de um homem. Desta vez, o mais velho dos acusados afirmou à Polícia Civil que agiu sozinho ao matar a vítima por conta de uma discussão relacionada ao pagamento de R$ 400 oferecidos para que mantivessem relações sexuais. O comparsa teria ajudado a esconder a motocicleta e a vender o celular do pedagogo. Um oleiro, de 19 anos, também foi preso por receptação ao comprar o aparelho.
Conforme relatos, Rafael havia ido a uma festa de carnaval no município com amigos, mas voltou sozinho para casa. Ninguém sabe como os bandidos se aproximaram dele. O pedagogo era diretor da escola municipal Idnea Barbosa Ferreira e o corpo foi reconhecido por familiares no local da ocorrência.
LATROCÍNIO – Conforme informações de fontes policiais da Folha, o assassino confesso narrou que no dia anterior ao crime, a vítima e os suspeitos estavam na mesma festa de carnaval na cidade, encerrada após uma confusão na qual todos acabaram se envolvendo. Ainda segundo ele, de manhã cedo, Rafael o abordou na rua e ofereceu dinheiro em troca de sexo, dando o celular como garantia. Ele aceitou e subiu na garupa da motocicleta da vítima.
Assim que chegaram à pista de motocross, a vítima teria pedido o aparelho de volta para colocar uma música. O indivíduo disse que passou a cobrar pelo pagamento do dinheiro ou pelo celular, mas o pedagogo teria afirmado que não entregaria nenhum dos dois. Foi neste momento que segundo o elemento mandou Rafael abaixar as vestimentas e deitar de bruços no chão. Então ele pegou um pedaço de madeira com pregos que estava no local e golpeou a vítima na nuca, cabeça e testa. A vítima estava sem camisa e com a calça na altura dos joelhos por volta de 5h da manhã.
Ao perceber que Rafael estava desacordado, o indivíduo pegou o celular e a motocicleta, indo em seguida para a casa do comparsa. Lá, ele teria dito que um tio havia matado “um cara” e roubado os pertences da vítima. O veículo foi escondido em uma área de mata e o aparelho vendido por R$ 150 a um oleiro, que escondeu o objeto próximo a uma bananeira no quintal de casa.
PRISÃO – Logo após a descoberta do corpo, tanto a Polícia Militar como a Civil passaram a buscar diversas informações, até que conseguiram localizar o comparsa, o jovem de 21 anos. Com ele, foi descoberta uma arma de fabricação caseira. Quando questionado sobre o envolvimento no assassinato do pedagogo, ele apontou que o homem de 35 anos era o responsável e que teria negociado o celular da vítima com o oleiro de 19 anos.
No imóvel do apontado como autor do crime, os policiais encontraram duas armas de fabricação caseira e uma munição calibre 20 escondida embaixo do colchão. A chave da motocicleta da vítima estava enrolada em um papel higiênico, próximo à cerca de madeira da residência. Sobre a morte do pedagogo, o homem se assumiu como autor.
Em seguida, as guarnições seguiram até a casa do receptador, que também foi levado à delegacia. Os três foram autuados em flagrante e transferidos para Boa Vista, onde passaram por audiência de custódia neste domingo (23). (VF)