A manhã desse domingo, dia 16, foi de muita tristeza para os familiares de Antônio Coelho de Brito, conhecido como Simbaiba, de 69 anos, que foi assassinado em sua oficina mecânica, a golpes de pá, depois de flagrar um ladrão dentro da propriedade e ambos travarem luta corporal. O fato ocorreu por volta das 05h30, mas quando o corpo foi encontrado, passava das 8h.
De acordo com os familiares, com quem a reportagem da Folha conversou, Antônio tinha o costume de todas as manhãs ir até a oficina para desligar as luzes, alimentar o cachorro e organizar o local, caso fosse preciso. Nesse domingo, ele se deparou com um indivíduo dentro da oficina.
Ambos travaram luta corporal e o homem conseguiu encontrar uma pá com a qual desferiu vários golpes na cabeça de Simbaiba, até matá-lo. A contundência dos golpes foi tanta que Antônio perdeu os dentes e teve um lado da face amassado, além de quase ter perdido o nariz. Depois de matar o empresário, o bandido ainda o cobriu com uma lona e fugiu, também ferido. O cachorro da raça Rottweiler, que guarda a oficina, não reagiu à presença do desconhecido.
Uma testemunha disse que não viu o momento do crime, mas que viu quando o autor correu de dentro da propriedade em direção à rua. Ele é moreno, alto, forte e estava sem camisa. A testemunha contou para a polícia que o homem é de nacionalidade venezuelana, mas ainda não ficou confirmada a autoria do homicídio, por isso ainda não se pode afirmar se o crime foi, de fato, praticado por um estrangeiro. Os familiares da vítima também acreditam que o autor do crime seja um venezuelano.
Quando questionados se a vítima teria contratado o criminoso para trabalhar com ele, informaram que na oficina não trabalham imigrantes, apenas brasileiros, portanto, vítima e assassino não se conheciam. A Polícia Militar chegou ao local do fato, isolou a área, acionou a Perícia Criminal e agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) para realizarem os procedimentos técnicos. Por fim, o rabecão do IML (Instituto de Medicina Legal) fez a remoção do corpo.
Na tarde de ontem, o corpo da vítima foi liberado para realização de funeral e sepultamento. O caso ganhou grande repercussão pelo fato da vítima ser extremamente conhecida e pela forma com que foi morta. Até a noite desse domingo o autor do crime ainda não tinha sido localizado e preso.
“Na noite anterior ao crime ele se divertiu muito, conversou bastante, sorriu como nunca mais tinha sorrido. Era uma despedida e a gente não sabia. Ele não tinha inimigos, era muito querido, mas recentemente reclamou das brigas e discussões entre venezuelanos próximo à oficina”, concluiu um familiar. O caso está sob investigação da DGH que aponta o crime como sendo motivado pela intenção de roubar, portanto, tipificado como latrocínio. A carteira porta-cédulas da vítima, contendo seus documentos, foi levada pelo bandido. (J.B)
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