Polícia

Equipe do Governo do Estado constata situação caótica da Penitenciária Agrícola

Uma equipe constituída pelo secretário de Obras e Infraestrutura, Flamarion Portela, secretário de Justiça e Cidadania, Josué Filho e o interlocutor do governo, o ex-governador Neudo Campos, esteve ontem à tarde visitando as dependências da Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), na zona rural de Boa Vista. Eles vistoriaram todas as alas e área externa onde os detentos tomam banho de sol.
O objetivo da visita foi fazer um raio-x de como estão as condições de estrutura do local. A equipe ouviu os agentes penitenciários e os detentos, que reclamaram das condições em que eles vivem naquela unidade prisional. Eles relataram que não há atendimento médico, não têm colchões para dormir,  alimentação é estragada, falta medicamento para portadores de doenças graves, como Aids, tuberculose e diabetes, e kits de higiêne pessoal. “Nós temos água da torneira para beber. O almoço chega totalmente estragado, não conseguimos aproveitar quase nada da comida que vem para gente”, disse um detento. 
Os agentes penitenciários relataram que fazem a segurança do local apenas em um grupo de sete, sem armamento e sem local para dormir. “A Força Nacional só nos auxilia durante o dia. À noite ficamos sozinhos para tomar conta de 1.050 presos”, destacou um dos agentes. Ele informou ainda que estavam dormindo em um trailer do Senac que estava ministrando um curso no local, mas que a partir de hoje iriam dormir embaixo de um pé de manga.
Das 12 alas que existem na Pamc, uma delas, próxima à cozinha, que está desativada há dez anos, ficam os presos por crime de estupro, ex-policiais e ameaçados de morte. No local foi construída uma espécie de favela, com alguns barracos, onde há TVs, geladeiras, cama box, piso e até uma pequena igreja evangélica.  À noite os agentes penitenciários não ficam no interior da penitenciária, quando os detentos abrem as celas com chaves ou outros objetos, ficando soltos na unidade, tendo condições de fuga.
Das 12 alas existentes, apenas 10 funcionam e abiram 1.050 detentos em regime fechado. Neudo Campos disse que, depois da visita, o governo vai ao menos amenizar as condições sanitárias de forma urgente para que os presos vivam razoavelmente. “O governo anterior abandonou a Penitenciária, deixando totalmente desassistidos os detentos”, frisou ao destacar a total falta de higiene do local, onde não há limpeza e os corredores apresentam forte fedor de esgoto e tapurus.
O secretário Flamarion Portela lamentou o estado em que a Pamc se encontra e disse que pretende imediatamente realizar ao menos obras que garantam condições mínimas de higiêne. “Iremos fazer um estudo criterioso para tentar sanar de forma emergencial alguns aspectos da estrutura. O que vimos aqui é algo desumano e vamos tentar solucionar o mais rápido possível o que está necessitado”, disse. Não foram estipulados prazos para início das obrasl. (T.C)