Polícia

Estado confirma 16 fugas na véspera de Natal, na Penitenciária Agrícola

Inicialmente, sistema prisional negou fuga em massa e confirmou apenas duas evasões na Pamc, no dia 24 de dezembro

O Governo do Estado se pronunciou, na manhã de ontem, sobre a fuga em massa que ocorreu na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na véspera de Natal, considerando que houve especulações sobre o número total de fugitivos assim como a demora para realização da contagem dos presos. Foram contabilizadas 16 fugas, com dois já recapturados.

O secretário adjunto de Justiça e Cidadania, coronel Francisco de Oliveira Borges, em entrevista à Folha, explicou sobre a execução do plano de fuga e os motivos pelos quais a contagem só foi realizada no domingo, 27. “No dia 24, tivemos dois episódios de fuga, o primeiro no início da manhã, quando dois presos lograram êxito na fuga. Eles iniciaram o túnel na ala 7, do regime fechado, e conseguiram ir até a parte externa. No mesmo dia, fizemos a contagem e o fechamento do túnel. Por fim, identificamos os dois que conseguiram fugir. No mesmo dia, por volta das 21h, tivemos outro episódio de fuga. Nesse, 14 presos conseguiram evadir-se”, destacou.

Ontem à tarde, após contagem oficial e cruzamento de dados da Divisão de Captura (Dicap ) da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), o governo confirmou a fuga dos  16 detentos. No domingo, 27, depois que familiares fizeram a visita, o secretário adjunto disse que uma revista foi efetuada, inclusive com uma contagem geral do quantitativo de presos da unidade.

Para fugir, os 14 detentos pularam a muralha. “Nós temos a muralha que circunda toda a unidade, com cerca de seis metros de altura, com passarela e guaritas. Esse perímetro é guarnecido pela Polícia Militar, que estava a posto, tanto que identificou a fuga. Contudo, não foi possível conter de imediato. Se não tivesse a intervenção da PM, mais poderiam ter fugido”, frisou Borges.

No que se refere à demora na contagem do número exato de detentos, o secretário adjunto justificou que era necessário realizar um trabalho em conjunto com outras instituições relacionadas à Pamc. “Demorou um pouco para dar a resposta porque a gente não pode ser irresponsável a ponto de passar uma informação que não é fidedigna. Para fazer isso, temos que fazer uma contagem e, em seguida, uma triagem de informações com a Dicap, com o cartório da unidade, que recebe os alvarás de soltura, e com o plantão que faz o atendimento emergencial no HGR (Hospital Geral de Roraima). Se não tivermos esse controle, podemos dar como foragido quem está internado ou que recebeu alvará de soltura”, frisou Borges.

Do total de 16 fugitivos, dois foram recapturados, mas a Sejuc não soube afirmar se referem à dupla que fugiu pela manhã ou se fazem parte do grupo de 14 detentos que escaparam no período noturno.

SAÍDA TEMPORÁRIA – A Justiça liberou a saída temporária de 234 detentos, entretanto a Sejuc esclareceu que não devem ser confundidos com foragidos. “Essa prática contempla somente os presos do regime aberto e semiaberto, que não tem nada a ver com a Pamc, onde estão presos do regime fechado e provisórios, que estão aguardando julgamento. Então, estamos falando de presos que estão no CPP (Centro de Progressão Penitenciária) e na Casa do Albergado, que vão apenas dormir na unidade. No período do dia 24 ao dia 30, eles simplesmente não vão dormir na unidade. Eles não estão foragidos”, ressaltou. (J.B)