A Polícia Federal deflagrou hoje (7/2) a Operação *Lâmpades, que tem o objetivo de desarticular braço feminino de facção criminosa que coordenaria a atividade criminosa de mulheres na região Norte.
Uma das suspeitas, que está se graduando em Direito e teria como função a de estabelecer o relacionamento entre criminosos de dentro e fora dos presídios. Pelos serviços, a suspeita receberia uma remuneração da facção, bem como o pagamento de sua faculdade.
A universitária também buscaria defender interesses de membros da facção junto a entes públicos relacionados à execução de sentenças e ao dia-a-dia prisional, como a busca pelo cumprimento de supostas “garantias a direitos humanos”.
Toda a ala feminina da Região Norte seria coordenada por duas foragidas a partir do estado de São Paulo, com mandados de prisão expedidos relacionados a crimes como roubo e tráfico de drogas.
Mais de 80 policiais federais cumprem 14 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão nos municípios de Boa Vista/RR, Guarulhos/SP, São Paulo/SP e Tauaracá/AC.
Os mandados foram expedidos pela Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas da Justiça Estadual em Roraima, após representação da Autoridade Policial pelas medidas e manifestação favorável do Ministério Público Estadual.
Conforme indícios angariados em inquérito policial, as mulheres da facção, que comporiam uma “ala feminina” específica dentro do grupo, estariam atuando com mais volume e intensidade para a organização criminosa na prática de diversos crimes.
Elas estariam atuando em áreas tidas como “estratégicas” do grupo, tais como o controle e guarda de drogas e armas de fogo, o estabelecimento de relacionamento entre criminosos de dentro do sistema prisional com os de fora e, inclusive, a indicação de membros para outros setores específicos. Também teria sido observado o possível envolvimento de suspeitas com “tribunais do crime”.
Diligências policiais apuraram que as mulheres seriam vistas pelo grupo como sendo menos expostas aos riscos da prática de crimes, como a prisão, pelo qual passariam a receber tais papéis de maior relevância para o grupo.
As investigadas poderão responder, dentre outros, pelos crimes de participação em Organização Criminosa, com penas aumentadas até metade pelo uso de armas de fogo pela organização e agravadas pelo exercício do comando desta, pelo Tráfico de Drogas e pela Associação para o Tráfico. Se condenadas, as penas podem ultrapassar os 25 anos de prisão.
*Segundo a mitologia grega, Lâmpades seriam ninfas (espíritos femininos) que habitariam o reino dos mortos, vagando pelo submundo.