Os casos de roubo com uso de líquidos ácidos e outros produtos químicos tornaram-se cada vez mais comuns em Boa Vista, especialmente no trânsito, quando os criminosos aproveitam para atacar os condutores de veículos que estão parados nos semáforos. Na noite da quinta-feira, dia 27, por exemplo, um jovem de 23 anos parou no cruzamento das avenidas Mário Homem de Melo e Venezuela quando foi atacado por um indivíduo que jogou um líquido que queimava em sua cabeça.
De acordo com a vítima, assim que parou no semáforo o homem apareceu segurando uma garrafa e jogando o líquido em sua cabeça. Imediatamente ele disse começou a sentir ardência no rosto e nos olhos e por isso fugiu, indo para sua casa. Chegando à residência a mãe viu que o jovem precisava de atendimento médico e decidiu levá-lo ao Pronto Socorro Francisco Elesbão, no Hospital Geral de Roraima (HGR).
Policiais Militares foram comunicados sobre o fato e decidiram ir ao hospital para confirmar a veracidade da ocorrência. Na Unidade de Saúde conversaram com a vítima que detalhou os fatos e revelou que só não teve uma lesão grave porque a viseira do capacete estava fechada. A substância ácida agiu de tal forma que a viseira e o capacete ficam com as marcas de corrosão.
O caso foi levado para a Delegacia a fim de que a autoridade policial tome conhecimento dos fatos e proceda conforme a lei. Enquanto estavam no HGR, os familiares da vítima foram informados por funcionários do Hospital de que aquele era o quinto caso apenas naquele dia, o que não foi confirmado pela Polícia. O jovem teve que fazer uma raspagem nos olhos, mas segundo o médico que fez o atendimento, ele não corria risco de cegar.
A Folha publicou ao menos três casos recentes de criminosos que agiram com a mesma dinâmica, tentando cegar as vítimas para roubar seus pertences. Um homem de 39 anos teve que passar por procedimento cirúrgico para não ficar cego. Ele foi abordado por uma dupla no bairro Sílvio Leite, mês passado.
O dono de um estabelecimento comercial também foi atacado há três meses quando um indivíduo se aproximou para perguntar a hora e depois de jogar o produto químico, tomou o celular da vítima e correu.
Recentemente a Polícia Militar passou a abordar suspeitos que portam qualquer recipiente, a fim de saber o conteúdo dos frascos para impedir crimes desta natureza. (J.B)