Polícia

Exame de DNA será feito para identificar corpos carbonizados

Seis corpos já foram entregue para os seus familiares, enquanto os corpos carbonizados deverão ser identificados por meio de exame de DNA

Dos 10 corpos recebidos na noite de domingo pelo Instituto Médico Legal (IML) após confronto entre facções na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) seis já foram identificados e entregues às famílias. Até ontem, quatro corpos carbonizados, sendo três degolados, mais duas cabeças, passavam por processo de identificação, sendo que uma das cabeças foi identificada ainda no final da manhã. No entanto, para saber a qual corpo pertence essa cabeça identificada, será necessária a realização de teste de DNA.

As informações foram repassadas ontem pela diretora do IML, Marcela Campelo, durante entrevista coletiva. Segundo ela, a outra cabeça e o corpo não decapitado poderão ser identificados pela arcada dentária com auxílio de documentos que os familiares poderão entregar ao IML, como fotos com sorriso que mostrem os elementos dentários e registros de atendimentos odontológicos. Pelos números apresentados, há a indicação de que falta uma cabeça para um dos corpos, tendo em vista que estão no IML duas cabeças e três corpos decapitados.

Para identificação dos demais corpos, Marcela informou que serão feitos exames de DNA em Belém (PA) ou em Manaus (AM), sem data prevista para o resultado. O IML entrará em contato com as famílias para que seja feita a coleta de material para que depois seja feita a comparação do DNA.

Marcela informou ainda que dos 10 copos recolhidos na noite do confronto, três foram identificados por meio de exame de papiloscopia, e os demais estavam carbonizados. “Dependendo do grau de carbonização, não conseguimos de imediato fazer essas identificações”, comentou a diretora. Para alguns, as identificações aconteceram por análise das arcadas dentárias, pelas feições físicas que sobraram e também pelas tatuagens registradas na polícia.

“Com isso foi possível liberar 60% dos que chegaram aqui. Nós precisamos fazer o exame de DNA o quanto antes, pois queremos tranquilizar as famílias, entregar os demais corpos, porque é um grande sofrimento para eles, que estão aqui há dois dias aqui no IML, e a gente sabe o quanto é difícil”, disse Marcela.

Entre os já identificados estão os corpos de Radrian Colares de Souza Lima, Átila Santos Araújo, Valdenez de Alencar Souza, Tarcísio da Silva Queiroz, Lucas Silva Santos e Altair Sobral de Araújo. Já a cabeça identificada é de Leno Rocha.

A diretora do IML lembrou que os corpos que ainda foram identificados estão acondicionados e guardados nas geladeiras e câmeras frigoríficas. Com relação às imagens divulgadas que mostram alguns cobertos e colocados no chão do pátio do IML, ela disse que a equipe estava trabalhando com os corpos e que não havia macas suficientes.

“Nenhum IML está preparado para receber uma quantidade exacerbada da sua rotina”, comentou ao citar exemplos de tragédias que ocorreram em outras cidades do Brasil e do mundo, quando corpos aparecem em imagens estando cobertos no chão, um ao lado do outro. “Os corpos não estavam jogados, pois estávamos trabalhando com eles. Estavam todos cobertos e fizemos o trabalho da melhor forma possível, sem haver ninguém que violou ou desrespeitou isso”, frisou. (A.D).