Polícia

Família denuncia não conseguir retirar corpo de garimpeiro

Na manhã do sábado, dia 22, familiares de Antonio Rodrigues, 56 anos, procuraram a Folha para relatar sua morte na área de garimpo ilegal, dentro da reserva Yanomami, no território do município de Mucajaí. Eles informaram que estariam com dificuldades para fazer remoção do corpo até a Capital. O crime teria sido motivado por uma discussão entre a vítima e um outro garimpeiro que continua na região.

A família destacou que esbarrou na burocracia da autorização para adentrar a área da União para remover o corpo. “Não queremos vingança, só queremos ter a dignidade de poder enterrar nosso ente”, explicou um familiar que preferiu não se identificar. 

Segundo ele, até o momento o Exército não autorizou a entrada dos familiares no local para buscar o corpo, mas informaram que iriam persistir na tentativa de que fossem atendidos. Sem condições de pagar uma remoção por meio do aluguel de uma aeronave, que custaria cerca de R$7,5 mil, pediram ajuda ao Estado.

POLÍCIA MILITAR – A Polícia Militar de Roraima (PMRR) informou que, até o momento, não foi acionada por órgãos federais para oferecer apoio na ocorrência, tendo em vista tratar-se de terra indígena e, neste caso, também de garimpo ilegal, cuja competência para ingresso, ou autorização de ingresso na região, é da Polícia Federal ou do Exército Brasileiro.

A PM ressalta que, quando solicitado suporte, em situações anteriores, já participou de ações em terras indígenas, apoiando equipes da Polícia Federal e do Corpo de Bombeiros, sendo que a estrutura logística foi providenciada pelo governo federal.

O Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR) afirmou que foi procurado na manhã deste sábado, 22, por familiares de um garimpeiro que, supostamente, teria se envolvido numa briga na área de garimpo ilegal, localizada em terra Yanomami, e estaria ferido.

“Eles pediram apoio para o resgate da suposta vítima e não mencionaram óbito. Conforme os comunicantes há duas pessoas feridas na região, uma por arma de fogo e outra por arma branca e precisam ser trazidas para atendimento médico-hospitalar”, destacou o CBMRR.

Até o fim da manhã de ontem, dia 23, o corpo ainda não tinha chegado à Capital para ser examinado e liberado aos parentes para realização de funeral e sepultamento.

A Folha entrou em contato com o serviço de comunicação social do Exército, mas até o fim da tarde de ontem, 23, não obtivemos resposta quanto à denúncia da família.