Uma mulher de origem venezuelana, de 25 anos, procurou a Delegacia de Polícia Civil no fim da tarde do sábado, dia 5, para contar que havia localizado uma criança de dois anos que estava desaparecida há 30 dias. A criança teria sido entregue para ela no dia 28 de setembro, em frente a um supermercado na avenida Mário Homem de Melo, bairro Caimbé, e após uma semana descobriu sobre a condição do menino.
No relato da mulher, enquanto caminhava com uma amiga, foi abordada por uma senhora branca, com cabelo marrom, aparentando 23 anos, que carregava a criança. Ela aproximou-se e perguntou se a comunicante conhecia a mãe do menino, e como resposta, as duas amigas informaram que não conheciam a criança e nem mesmo sua mãe. A senhora pediu que as amigas levassem o garoto porque não tinha condições de cuidar dele, uma vez que já tinha dois filhos.
A responsável pela entrega do menino revelou que a mãe dele lhe abordou e pediu que ela segurasse a criança por alguns minutos e já retornaria, mas nunca voltou. A declarante contou na Delegacia que se compadeceu e ficou com o menino que estava muito sujo, mal vestido, com fome e sede, por isso o levou consigo, por acreditar que a vítima poderia ser entregue para qualquer pessoa na rua e continuar sofrendo, além de ponderar que já tem um filho de oito anos.
Durante uma semana, a venezuelana explicou que alimentou, cuidou, comprou roupas novas, mas um amigo do companheiro dela viu pela internet a foto de um menino desaparecido que parecia ser a criança em questão. Temendo ser responsabilizada por qualquer conduta que esteja em desacordo com a lei, a mulher foi até a Delegacia, ocasião em que disse ter interesse em adotar o menino, que também é venezuelano, por estarem apegados e porque ele já chama a comunicante de mãe, seu esposo de pai e o filho do casal de irmão.
A autoridade policial, ao tomar conhecimento do caso, acionou o Conselho Tutelar, entregou a criança para um conselheiro até a Justiça decida o que fazer. O caso foi encaminhado para o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA).
“Quem levou essa criança para a Delegacia foi a própria família que estava cuidando, sendo um casal constituído por um brasileiro e uma venezuelana. A equipe do Núcleo de Desaparecidos foi checar as informações e levamos a criança ao abrigo porque parece muito ser a criança que o pai está procurando e que está desaparecida. Nós ainda não conseguimos contato com o pai ou com outro familiar. Vai ficar no abrigo até que o pai comprove a consanguinidade com esse ‘niño’. É um menino lindo, simpático, comunicativo, precisam ver. Vamos aguardar para ver se o pai aparece e o que o juiz vai decidir. O que nos anima é saber que ainda tem muitas pessoas boas nesse mundo”, explicou a delegada Eliane Gonçalves. (J.B)