Polícia

Familiares de presos denunciam tortura

Distante a 300 metros do portão de entrada da Penitenciária Agrícola, policiais militares montaram um bloqueio na estrada. Familiares dos presos e equipes de reportagem não puderam passar. Mas, apesar da distância, era possível escutar os gritos e ver a fumaça que saía da parte de trás do presídio.
“Não deixam a gente se aproximar porque querem esconder a verdade. Eles estão apanhando e sendo tratados como bichos. Porque não deixam vocês filmarem?”, questionou a mãe de um detento, que preferiu não se identificar.
Aos poucos, familiares dos presos chegavam ao bloqueio. Aflitos, eles gritavam e exigiam o respeito aos direitos humanos. “Meu filho errou, eu sei. Mas não é por isso que ele tem que ser tratado desse jeito, feito animal. Ele está aí para pagar pelo seu erro, mas é preciso dar condições”, reclamou outro parente de detento.
Familiares aproveitaram para denunciar supostas irregularidades na Penitenciária. “Há sessão de tortura. Meu filho apanhou dos agentes porque não fez o que eles pediram. Durante as revistas, os policiais também agem com muita truculência e espancam os presos. Isso não se faz. Eles não são bichos e estão aí para pagar pelos erros que cometeram”, reclamou uma doméstica, que não quis se identificar, moradora da área denominada Francisco Caetano Filho, o Beiral, no Centro. (AJ)