Quatro anos após um crime que chocou Roraima, o segundo acusado pelo homicídio do casal Uirandê Mesquita e Joseane Gomes, Ewerton de Freitas Andrade, de 40 anos, foi levado à júri popular na manhã desta quarta-feira, 4. Os irmãos de Uirandê, Naiara e Dimar Mesquita, conversaram com a FolhaBV momentos antes do início do julgamento e afirmaram que estão confiantes com um final justo para o caso.
A família acompanha as investigações desde o início, Naiara Mesquita relatou que quando Uirandê foi acusado de feminicídio pela morte de Joseane, a família não acreditou na possibilidade.
“Quando a gente soube do sumiço do Uirandê, veio a notícia de que ele teria cometido feminicídio. Quiseram imputar essa culpa a ele. Porém, nunca acreditamos que isso aconteceu, meu irmão buscou de todas as formas e descobriram que, na verdade, os dois que se diziam testemunhas de um feminicídio eram os homicidas do Uirandê”, relatou Naiara Mesquita.
Ewerton de Freitas Andrade é julgado por homicídio qualificado, causado por motivo torpe, com emprego de asfixia, meio cruel e à traição que dificultou a defesa das vítimas, além de destruição e ocultação de cadáver, dano qualificado, uso substância inflamável e incêndio doloso.
Em 2022, Guilherme Tavares de Paula, o primeiro acusado pelo homicídio, foi condenado à 45 anos e prisão pelo Tribunal do Júri. Segundo Dimar, a expectativa da família para o julgamento de Ewerton é de que seja menos tensa do que a de Guilherme.
“O Guilherme nunca fez a confissão do crime, mas ele foi condenado. Infelizmente com recursos no tribunal, ele recorreu da pena e ela baixou. Ele foi condenado à 45 anos mas a pena abaixou quase nove anos e isso acaba deixando a gente triste. E o Ewerton é réu confesso, então a gente espera que o julgamento seja menos tenso”, explicou Dimar.
A FolhaBV segue acompanhando o julgamento, que iniciou por volta das 8h30 da manhã desta quarta-feira, 4, no Fórum Criminal.
O caso
Segundo o Ministério Público, Ewerton e Guilherme conheciam Uirandê. Eles o atraíram para a casa de Guilherme com um plano já acertado para matá-lo, mas, para a surpresa dos réus, Joseane acompanhava o namorado, Uirandê.
Os dois réus serviram bebida envenenada para Uirandê, o qual passou mal e ficou indefeso. Foi quando a dupla, a pretexto de ajudá-los, disse que os levaria para o hospital, mas o plano já era executar o casal. No caminho, Joseane foi brutalmente agredida e morta com um tiro disparado com a arma de Uirandê para incriminá-lo. Joseane foi deixada em uma rua deserta, no bairro Mecejana.
Uirandê também foi agredido. Ele foi golpeado na cabeça e enforcado. Ewerton e Guilherme seguiram com a vítima, já morta, e o carro dela para uma vicinal, nos arredores de Boa Vista. Lá, atearam fogo em Uirandê e no veículo. A polícia encontrou os restos mortais da vítima e o carro quatro dias depois. Os réus ainda tramaram uma versão para escapar da suspeita de envolvimento no assassinato do casal, mas depois confessaram o crime.
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