Polícia

Fazendeiro que atropelou três e matou escrivã disse que foi acidente

VANESSA FERNANDES

Colaboradora da Editoria de Polícia

O fazendeiro João Batista Moraes Silva, 37, responsável pelo atropelamento de três pessoas e pela morte da escrivã da Polícia Civil, Maria Juceneuda Lima Sobral de Barros, 53, no domingo (21), em Bonfim, se apresentou na madrugada desta segunda-feira (22) acompanhado de seu advogado e contou sua versão dos fatos.. Ele foi ouvido na Central de Flagrante pelo delegado Adriano Santos, que estava respondendo pelo DPJI (Departamento de Polícia Judiciária do Interior).

Apesar de ter confessado o crime, a prisão não foi decretada, pois o envolvido se apresentou após o período do flagrante, de 24 horas. 

Segundo a polícia civil, no interrogatório, o indivíduo informou que saiu para resolver pendências de sua propriedade, localizada na Vila São Francisco, e que ingeriu bebidas alcoólicas em cada ponto que parava, a partir das 16h do sábado (2). Ele afirma que chegou às 19h no comércio da Vila Nova Esperança, onde as vítimas comemoravam um aniversário, e que teria ingerido mais bebidas. Ao sair do local, entrou em sua caminhonete, modelo L200, acompanhado por um primo, por volta de 1h50 da madrugada do dia 20 e deu marcha ré, batendo em umas motocicletas que estavam estacionadas logo atrás.

“As pessoas que viram a cena o avisaram que ele havia batido em algo. Então, ainda conforme João Batista, ao tentar voltar com o carro para frente, ele puxou o câmbio e pisou no acelerador, como o carro era automático, ele perdeu o controle do automóvel, batendo nas pessoas e logo depois caindo no igarapé”, disse o diretor.

Na primeira versão, as testemunhas contaram que o motorista tinha avançado em alta velocidade em direção às vítimas, o que foi negado no depoimento.

O acusado confessou ter fugido do local depois de ter sido ameaçado por pessoas armadas, em sua versão dos fatos.

Santos explicou que as investigações ainda estão no início e que já foi instaurado inquérito para apurar os fatos, e as testemunhas intimadas para prestar depoimento. Na fazenda do acusado, foi encontrada uma arma de fogo que foi apreendida e a caminhonete usada no atropelamento.

 “Essa foi a versão repassada por ele. Entretanto, já intimamos várias testemunhas para ouvi-las e confrontar as informações. O próximo passo é colher todos os depoimentos, obter o resultado das perícias e, com todos os indícios, decidir se pediremos ou não a prisão preventiva dele”, finaliza o delegado.

A reportagem tentou contato com o advogado responsável pela defesa, mas nossas ligações não foram respondidas. O fazendeiro responderá por crime de homicídio com dolo eventual, quando o infrator assume o risco do resultado, mesmo sem a intenção de produzir. O caso será investigado pela Delegacia de Polícia de Bonfim, onde o Inquérito Policial foi instaurado.