O corpo de um feto, de sete meses, do sexo masculino, foi encontrado na manhã de ontem, 11, enterrado no quintal de uma casa situada no bairro Pintolândia, zona Oeste da cidade. Um dos moradores da residência acionou a polícia assim que viu o corpo, que foi encontrado pelo cachorro da família. O cão cavou e desenterrou o corpo, que estava em uma cova rasa. A mãe do feto foi localizada pela polícia em uma casa no bairro Senador Hélio Campos.
As investigações ficaram a cargo da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), que procurava por uma grávida na vizinhança da casa onde o feto foi encontrado. Os agentes descobriram que uma mulher, de 24 anos, tinha morado há cerca de um mês na residência em questão. Após localizarem a mulher, ela foi levada à sede da DGH para prestar esclarecimentos.
Conforme o titular da DGH, delegado Cristiano Camapum, a equipe apurou que ela morava com a mãe e pediu a amigos que a ajudassem, dando moradia temporária a ela, pois estava com problemas de saúde.
“Quando os agentes conseguiram chegar até a suspeita, que é doméstica e têm dois filhos pequenos, ela negou a gestação. Os agentes então mostraram um prontuário médico da maternidade, que constatava a gravidez. Ela confessou e explicou que a família nunca aceitou a gravidez”, disse o delegado.
Ainda de acordo com Camapum, a jovem teria tido um aborto espontâneo no dia 31 do mês passado e enterrou o feto. “Ela se mudou para casa dos amigos para esconder a gestação da família, teve complicações após o aborto ou parto, não se sabe. Isso ainda está em investigação”, destacou.
O feto foi submetido a exame no Instituto de Medicina Legal (IML). Dados preliminares dão conta de que o feto tinha 50 cm de comprimento, pesava 1.800kg e estava em estado avançado de putrefação. Se ficar constatado que o feto respirou após o nascimento, a jovem responderá pelo crime de infanticídio. Se o aborto for confirmado, a mulher responderá pela ocultação de corpo, conforme o delegado. Ela responderá a inquérito em liberdade, pois o tempo de flagrante já passou.
O pai da criança também está sendo procurado para saber se teve envolvimento, prestando algum tipo de auxílio ou comprado remédio abortivo para a suspeita. (T.C)