Polícia

Folha esclarece erro por foto divulgada indevidamente pela PM

Uma fotografia divulgada em redes sociais e grupos de WhatsApp, incluindo grupos de polícia,  resultou em um equívoco quanto à identidade de um dos suspeitos de matar o soldado Tadeu Martins, da Polícia Militar, caso que ocorreu na quinta-feira, 17.

A divulgação indevida gerou transtornos ao instrutor Joelson Andrade de Souza, que teve sua foto divulgada amplamente nas redes sociais, WhatsApp, numa TV local, pela Polícia Militar e posteriormente pela Folha. Em entrevista à Folha, ele explicou que a divulgação foi iniciada na noite da quinta-feira, quando sua foto passou a ser compartilhada na internet.

“O fato ocorreu de quinta para sexta. Era meia-noite e alguns minutos, quando uma amiga minha ligou de Boa Vista, e disse: ‘Joelson, tem uma foto tua rolando como sendo culpado de atirar em um policial’. Ela me mandou no Whats, inclusive é foto do meu perfil no Facebook. Aí mandei uma ‘selfie’ com minha mulher e meus filhos dentro de casa para provar que eu estava em Caracaraí. Depois disso, ela [amiga] mandou um áudio de um policial dizendo que era o Joelson residente em Caracaraí e, desde então, começou a rolar minha foto, que em seguida chegou aos grupos aqui de Caracaraí”, narrou Joelson Andrade.

Na manhã seguinte, o instrutor teria sido conduzido até o destacamento para prestar esclarecimentos à autoridade policial. “Eles pediram para eu acompanhá-los até o comando porque o capitão queria falar comigo e eu disse que tudo bem. Eu me vesti e já tinha um policial no quintal. Pedi para a mãe dos meus filhos deixarem as crianças na mãe dela e ir atrás de testemunhas. Aí me conduziram até o quartel.”

Joelson ressaltou que, no destacamento, teria relatado ao capitão da PM toda sua rotina da quinta-feira. “Cheguei lá, o capitão me chamou, sentei, peguei na mão dele e ele me perguntou onde eu estava o dia todo. Aí eu disse que até as 10h estava na oficina com o carro da autoescola, 10h30 peguei minha aluna para as aulas até 11h20, meio-dia fui para a casa da Marisa e fiquei até as 13h. Deixei os filhos na escola, peguei a mãe dos meus filhos e fui para casa, onde fiquei até 2h50. Ela pegou a bicicleta e saiu. Eu entrei no carro e vim trabalhar. O último aluno é  às 17h20 e fiquei até 18h10 na aula prática. Deixei o carro, peguei minha moto, fui para a casa de um amigo fazer compras. Depois das 20h fui embora para casa, acompanhando minha esposa que estava de bicicleta. Chegando em casa dei boa noite à vizinha, como faço todos os dias: tranco meu portão, me tranco dentro de casa e não saio mais”, detalhou.

Conforme o instrutor, durante uma reportagem de uma rede de televisão, que publicou sua imagem, um PM disse que ele teria envolvimento com o caso. Quando questionado se a exposição da foto foi um engano generalizado, ele disse: “Sim, a princípio com a foto do Facebook, porque quando alguém falou ‘Joelson’, o policial fala no áudio: ‘Joelson residente em Caracaraí’. Do áudio saiu minha foto e foram espalhando até chegar em Caracaraí”, complementou.

A partir daí, na sexta-feira, ele foi conduzido até o destacamento onde foi ouvido pela polícia, momento em que teve a foto divulgada. “Aí o comandante tirou minha foto, com a camisa vermelha, com a chave no pescoço e mandou no grupo de polícia, esclarecendo: ‘Atenção Senhores, acabamos de conduzir, e eu conversei pessoalmente com o Joelson Andrade de Souza. Informo que o mesmo realmente não tem envolvimento com a morte do soldado Tadeu. Do grupo vazou essa minha foto. Isso também é outro erro gravíssimo porque o grupo de polícia é fechado, restrito”, enfatizou Souza.

NOTA DA REDAÇÃO – A Folha lamenta a publicação da foto e reforça que confia em suas fontes, mas que foi induzida ao erro diante da informação de diversos policiais militares, bem como dos grupos de whatsApp da própria PM. Destaca ainda o zelo na apuração para chegar à verdade dos fatos e renova seu compromisso com o bom jornalismo.