Duas mulheres investigadas na Operação Lâmpades, que desarticulou a ala feminina de uma facção criminosa em Roraima, foram presas pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (20), em São Paulo. Elas possuíam dois mandados de prisão preventiva expedidos pela Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas de Boa Vista. Com elas, foram descobertas drogas e grandes quantias em dinheiro.
Além desta pendência judicial, a dupla também era procurada por outras condenações no Estado do Mato Grosso do Sul, de onde havia fugido há cerca de um ano, antes de se mudarem para a cidade de Guarulhos (SP).
No imóvel localizado no bairro Jardim Joana D’Arc, a polícia também encontrou um foragido do sistema penitenciário paulista. Ele, que é condenado pelo crime de roubo, tinha sido beneficiado pelo indulto natalino, popularmente chamado de “saidinha de natal”, em 2019.
O trio recebeu voz de prisão por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Nas buscas dentro da residência que serviu de esconderijo, foram descobertas porções de cocaína, maconha, aparelhos celulares e a quantia aproximada de R$ 13 mil, em espécie. Eles foram levados à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, para cumprimento da ordem judicial.
OPERAÇÃO LÂMPADES – A Operação Lâmpades foi deflagrada no dia 7 de fevereiro, e cumpriu 14 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão nos municípios de Boa Vista (RR), Guarulhos(SP), São Paulo (SP) e Tauaracá (AC). Objetivo da ação foi desarticular o braço feminino de facção que coordenaria a atividade criminosa de mulheres na região Norte.
O nome da operação foi inspirado em figuras presentes na mitologia grega. Lâmpades seriam ninfas (espíritos femininos) que habitam o reino dos mortos, vagando pela Terra ou submundo carregando tochas para orientá-las pelo caminho.
O inquérito policial apontou que as mulheres da facção, que comporiam uma “ala feminina”, estariam atuando em áreas tidas como “estratégicas” do grupo, tais como o controle e guarda de drogas e armas de fogo, o estabelecimento de relacionamento entre criminosos de dentro do sistema prisional com os de fora e, inclusive, a indicação de membros para outros setores específicos. Também teria sido observado o possível envolvimento de suspeitas com “tribunais do crime”.