Polícia

Foragido do Amazonas há 14 anos é preso por homicídio 

Ele é acusado de matar a sua esposa com um tiro na cabeça

No começo da tarde dessa quinta-feira, dia 9, agentes da Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), prendeu o serrador e pedreiro Cleis Soares Pereira, de 38 anos, conhecido como “Pururuca” ou “Negão”, que estava foragido da Justiça do Amazonas há 14 anos, como suspeito de ter matado a própria esposa no ano de 2006, na sede da fazenda onde trabalhavam, no município de Manacapuru. Na ocasião, o homem disse que praticou roleta russa.

O secretário de Justiça e Cidadania, André Fernandes, deu os detalhes da ação que culminaram na prisão de Cleis. “É um foragido da Justiça do Amazonas há 13 anos. Em 2006 ele matou a esposa, brincando de roleta russa com ela. A cerca de um ano, recebemos a informação de que ele estaria aqui no estado e tínhamos alguns endereços, mas não foi localizado nesses endereços. Há uma semana a equipe da Dicap recebeu uma nova informação de que ele estaria voltando do interior para a Capital. Já tínhamos outros endereços, fizemos mapeamento e ele foi preso no bairro Pedra Pintada”, explicou.

Cleis foi conduzido ao sistema prisional e será levado, em tempo oportuno, para o Estado do Amazonas para responder pelo crime que os autos dizem ser de homicídio. Ainda não está decidido se quem vai fazer a condução será uma equipe de Roraima ou se policiais do virão exclusivamente para isso. “A certeza é que ele é muito esperado no Amazonas para responder pelo crime da própria esposa. A Polícia do Amazonas já foi comunicada e nós vamos tomar as providências de recambiamento. Não houve reação quando foi capturado. O pessoal chegou de surpresa, então ele não conseguiu sequer esboçar reação”, ressaltou o suspeito.

A reportagem da Folha conversou com Cleis Soares e ele disse que se arrepende muito de tudo o que aconteceu, o que ele chamou de “fatalidade, ironia do destino, brincadeira de mau gosto ou acidente”. 

“Era minha esposa. Com certeza me arrependo. Quem quer passar por isso aqui? Quem quer passar por essa vida? A pior prisão é a prisão sem grade. Eu sou um pai de família, não sou vagabundo. Estou sendo acusado de homicídio. Foi um acidente com arma de fogo. Eu jovem, não tinha experiência com a vida, fui brincar com o que não devia. A arma [revólver calibre 38] o gerente da fazenda me deu. Eu tinha mais ou menos 24 anos. Ela era mais velha que eu. Na casa não estava só a gente, tinham outros funcionários no quarto do lado, na sede da fazenda”, relatou o fugitivo.

Quanto ao Mandado de Prisão, o suspeito disse que já sabia que existia, mas não se entregou porque teve medo e que se tivesse dinheiro, talvez não estaria preso. A vítima é filha de um ex-prefeito de um município do interior do Amazonas. 

“Ela era secretária e eu era entregador de leite. Não houve discussão. A gente estava brincando. Era uma brincadeira sem noção, coisa que eu jamais faria hoje. Se eu pudesse voltar atrás, nem a arma que o gerente me deu eu teria aceitado. Não estava bêbado e qualquer um poderia ter passado por isso. Não posso ser julgado. A gente ficou junto três ou quatro anos. Não tivemos filhos. Atualmente tenho três filhos e um neto. Eu sei que um dia eu teria que acertar com a Justiça dos homens e chegou o dia. Só espero que seja usada a Justiça mesmo. Estou disposto a pagar. Eu tenho medo de ir para o Amazonas, não vou mentir”, detalhou o foragido. (J.B)