Na noite de domingo, dia 30, um dos criminosos mais procurados em Roraima nos últimos meses, Tony Carvalho Nery, de 35 anos, e seu comparsa, Lázaro Quincas Saldanha, 41 anos, foram presos em uma ação conjunta que envolveu policiais da Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), agentes do 3° Distrito Policial e policiais militares da Força Tática e do 2° Batalhão da Polícia Militar.
“Era questão de honra prendê-los. Eles agem principalmente na área do 2o DP. O ‘modus operandi’ deles é um comportamento extremamente violento, usando sempre uma moto. É uma quadrilha. São quatro elementos e, por vezes, cinco que agem. Eles cometem muitos assaltos. Esse Tony é um velho conhecido da polícia e o Quincas também é um foragido da Justiça. Ambos estão em regime semiaberto, cometendo assaltos, e na promessa de diminuir a criminalidade nessa área do 2o DP, nós, juntos com a Dicap e auxílio do 3o DP, conseguimos prender esses elementos de altíssima periculosidade”, explicou o delegado titular do 2o DP, Maique Evelin.
A Dicap vinha investigando o paradeiro do foragido desde que ele fugiu do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no bairro Asa Branca, no dia 30 de julho deste ano, quando deixou de comparecer aos pernoites daquela unidade. Tony estava sendo procurado pela sequência de crimes contra a pessoa humana, principalmente roubos a residências. “Indivíduo extremamente violento durante a prática desses roubos, deixou várias dessas vítimas lesionadas com o espancamento”, destacou a polícia.
INVESTIGAÇÃO – Em meio às investigações, descobriu-se que Tony frequentava diariamente uma residência no bairro Santa Teresa, na zona Oeste, quando passou a ser monitorado. No início da noite do domingo, os policiais conseguiram avistar o fugitivo dentro da casa e, após cercarem o local, conseguiram prender o acusado, que ainda resistiu à abordagem correndo para os fundos e pulando a janela, mas caiu e foi alcançado.
Lázaro Quincas é presidiário e estava em liberdade condicional, enquanto isso participava dos roubos. A esposa de Quincas também integra o bando. A casa deles era o ponto de apoio usado por Tony. No imóvel foram encontrados produtos que possivelmente sejam provenientes de roubo como: televisores, notebooks, celulares, relógios, tablets, capacetes, milhares de bolívares; óculos; e outros materiais.
“Os bolívares são de venezuelanos que foram roubados, assim como computadores. Os elementos os agrediram de maneira covarde e bastante incisiva, dando coronhada na cabeça, nos olhos, chutando a cabeça deles, mas é um caso do 1o DP porque aconteceu na Rua dos Muricizeiros, no bairro Caçari [zona Leste]”, acrescentou Evelin.
Foi apreendido também um revólver calibre 38 com quatro munições intactas, além de touca ninja, luvas e uma motocicleta Bros vermelha com detalhes cinza, com placa adulterada. Segundo a polícia, tanto a motocicleta como a arma eram usadas nas práticas de assalto.
Outra acusação que pesa contra o acusado é uma tentativa de homicídio, na qual ele foi apontado como autor do delito no dia 13 de agosto de 2016, em frente à unidade prisional em que estava detido, quando disparou umas três vezes, na tentativa de matar o presidiário Odeglan Gomes de Souza “Kiko”, 40 anos, que foi atingido com dois tiros na perna e um no ombro, mas sobreviveu.
As vítimas dos crimes que compareceram à delegacia reconheceram os bandidos e a arma usada no crime. O delegado pediu que as vítimas procurassem o DP para terem os bens restituídos, sendo necessária a apresentação das notas fiscais dos produtos. Após receberem voz de prisão, tanto Tony quanto Lázaro foram encaminhados ao 2° DP para que os procedimentos de polícia judiciária fossem adotados onde diversos Boletins de Ocorrência (B.Os) dos crimes praticados.
“Eles estão sendo flagranteados pela posse da arma de fogo, alteração de placa veicular. Como foragidos, e vão responder por todos os delitos de roubo qualificado que foram cometidos. Eles vão voltar para o sistema prisional. Irão passar pela audiência de custódia, mas estou pedindo a prisão preventiva deles e a quebra de dados telefônicos para que possamos continuar as investigações”, frisou o delegado. (J.B)