Polícia

Força tarefa é criada para a Penitenciária

Policiais militares e civis vão ficar responsáveis pela segurança na Penitenciária Agricola de Monte Cristo

A crise no sistema prisional, com mais uma fuga em massa registrada no início da semana, levou o governador Chico Rodrigues (PSB) a assinar, ontem, o decreto nº 17.847-E, criando uma força-tarefa formada por policiais civis e militares para o sistema penitenciário do Estado. O governo alegou ainda ter aumentado o número de presidiários e ainda a greve dos agentes penitenciários, que chegou ao fim na tarde de ontem.
Conforme o decreto, a força-tarefa será realizada por um período de 50 dias, ou seja, até o final do mandato do atual governador, mas poderá ser prorrogado por igual período. Além dos policiais militares do CPC (Comando de Policiamento da Capital) da Polícia Militar, o decreto determina que agentes carcerários da Polícia Civil voltem a trabalhar nas unidades prisionais, de onde saíram desde a entrada dos agentes penitenciários concursados da Sejuc.
A medida prevê que um total de 20 policiais militares fará parte do Grupo de Entrada Tática e mais 10 policiais militares farão a cobertura das guaritas externas da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc).
ORDEM – Policiais militares foram acionados, na manhã de ontem, para guarnecer a Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), localizada na BR-174, zona rural de Boa Vista. De acordo com a  Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), o pedido de reforço para a segurança do local foi feito para reestabelecer a organização e reprimir novas fugas do lugar.
Durante toda a manhã, a Folha esteve na parte externa da penitenciária, onde houve intensa movimentação de agentes da Força Tática, Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Cavalaria da Polícia Militar, além de policiais da Força Nacional. Ambulâncias do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu) ficaram de prontidão. Ocorreu ainda remoção de alguns presos em um carro-cela do sistema penitenciário.
Viaturas do Ronda no Bairro fizeram barreira na via que dá acesso à unidade prisional, impedindo o acesso dos parentes dos presos. Somente servidores da unidade prisional e agentes policiais estavam autorizados a adentrar a Penitenciária.
A mãe de dois presos tentou visitá-los para levar-lhes comida e roupas limpas, mas foi impedida de entrar. “Tenho dois filhos cumprindo pena aí dentro e ontem vim trazer alimentos e roupas para eles, mas não me deixaram ter acesso a eles. Pediram para eu retornar hoje, mas cheguei aqui e novamente encontro esse problema”, frisou.
De acordo com informações de um dos agentes do Ronda no Bairro, equipes da Força Nacional e da Força Tática realizaram contagem dos detentos para tentarem fazer a identificação dos sete que fugiram na manhã de segunda-feira.