Polícia

Funcionário de supermercado é acusado de furtar mercadoria avaliada em R$ 144 mil

O gerente do supermercado Nova Era compareceu ao 3o Distrito Policial, na manhã de ontem,  22, para formalizar denúncia contra um funcionário que realizou furtos sucessivos à empresa, gerando um prejuízo que ultrapassa os R$ 144 mil. Entre os produtos roubados estão eletrônicos e bebidas. O infrator exercia um cargo de confiança e confessou o crime, afirmando que agiu na madrugada.

O supermercado, que fica ao lado de um dos shoppings da Capital, no bairro Cauamé, zona Norte, foi inaugurado em março deste ano e, desde então, Alexandre das Graças Silva, de 23 anos, foi contratado como fiscal de prevenção de perdas, função esta que dava a ele acesso ao portão do depósito da loja. Para praticar os delitos, ele fez cópias das chaves.

Todos os crimes foram executados entre as 23h e 3h. No dia 15 de julho, por volta das 23h30, aconteceu o primeiro furto. Para não ser identificado o homem amarrava um pano na cabeça, mas em alguns momentos o rosto dele foi flagrado nas imagens. O mesmo carro que ele usava para trabalhar durante o dia servia para transportar o material furtado.

Nos dias 21, 30 e 31 de julho, o indivíduo retornou ao supermercado para continuar aplicando o golpe. Ele confessou que enchia dois carrinhos com caixas de uísque e energéticos. Em um dos casos, cinco televisores, da marca Toshiba de 32 polegadas, foram levados pelo acusado.  

No dia seguinte, todos os produtos eram negociados com o proprietário de uma distribuidora de bebidas, que desconfiou do preço e da quantidade de bebidas, mas o acusado disse que eram importados da Venezuela, por isso estavam sendo vendidos por R$ 20,00 cada garrafa de uísque e por R$ 2,00 a unidade do energético, enquanto os televisores custaram ao comprador a quantia de R$ 350,00.

O gerente relatou à polícia que o funcionário deixou de comparecer ao trabalho desde o dia 02 deste mês com a justificativa de que tinham matado o irmão dele no Município de Rorainópolis, Sul do Estado, mas não apresentou o atestado de óbito, por isso foi demitido no último dia 15, no entanto, a empresa não sabia que Alexandre estava furtando os produtos.

Quando deu falta dos produtos na sexta-feira, dia 19, e percebeu o prejuízo total, o gerente fez uma análise nas imagens do circuito interno do supermercado e descobriu o crime. Também foi informado que uma cópia da chave do portão do setor de cargas estava com o acusado. Agentes do Setor de Operações do 3o DP se deslocaram pelas ruas de Boa Vista para investigar o caso e conseguiram prender o ex-funcionário.

O comparsa de Alexandre ainda não foi identificado pela polícia, que ainda está em diligência para esclarecer os fatos e deter o receptador que, segundo o acusado, foi responsável por quase todas as compras, exceto a última venda que foi feita para uma terceira pessoa, indicada pelo dono da distribuidora que adquiria os materiais.

No final da tarde de ontem, tanto Alexandre quanto os receptadores foram ouvidos pelo delegado de polícia. Como os crimes não configuraram flagrante, todos os indivíduos foram indiciados, qualificados e tiveram um Boletim de Vida Pregressa elaborado.

Alexandre contou que o objetivo dos crimes era pagar as dívidas do tio, conhecido como “Capelão”, que está sendo ameaçado de morte, possivelmente por envolvimento com o tráfico de drogas, por isso alegou que fez os furtos.

O delegado titular do 3o DP, Leonardo Barroncas, alerta a população sobre os riscos de uma compra que não segue a legalidade. “Não comprem sem procedência porque estará cometendo crime de receptação. Há uma grande quantidade de furtos na cidade e não só os donos de loja, mas qualquer pessoa que comprar produtos sem nota fiscal”, enfatizou. (J.B)