Polícia

Funcionário do TJ morre em colisão entre moto e carro em rodovia no Cantá

Vítima foi o paraibano Geancarlo, que trabalhava há 18 anos no Tribunal de Justiça, que estava em uma moto de alta cilindrada

Um grave acidente na tarde de sábado tirou a vida do técnico de informática Geancarlo Bezerra Rosendo, 42, funcionário do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (TJ-RR), e deixou ferido um amigo dele, Eduardo Mota Calixto, que sobreviveu com uma fratura exposta em uma das pernas. O motorista do terceiro veículo envolvido no acidente, o autônomo Juliano Silvano, 35, foi procurado pela Folha, mas preferiu não se pronunciar. Ela apenas disse: “Já me acertei com a PRF [Polícia Rodoviária Federal]. Foi eu que os procurou”.
Testemunhas afirmaram que o autônomo conduzia o Corolla de cor branca, placa NAZ-0808, quando ocorreu a colisão frontal. Logo após o acidente, ele se prontificou a realizar o teste de alcoolemia, que deu negativo.
Segundo informações prestadas pelo policial rodoviário federal Marcelo de Souza, o acidente ocorreu na BR-432, que liga a Capital ao Município do Cantá, por volta das 17h20, na altura do Km-205, distante cinco quilômetros da ponte do balneário Sacolejo.
Gean e Eduardo conduziam motos de alta cilindradas, uma CBR-600 e uma CB-500, respectivamente, e retornavam a Boa Vista. Eles vinham da Serra Grande II, no Cantá, onde estavam ocorrendo os Festejos do Milho. Gean teria ido aos festejos na companhia de dois amigos, porém, depois de algum tempo no local, eles e um grupo de motociclistas resolveram voltar para Boa Vista.
Uma testemunha contou que Gean estava entre o grupo, mas não teria ingerido bebida alcoólica. “Eles saíram na nossa frente porque um deles tinha compromisso na cidade. Minutos depois, vimos uma movimentação na rodovia e, quando nos aproximamos, reconhecemos o rapaz. Que fatalidade! Muito triste!”, disse.
Devido à violência do impacto frontal com o Corolla, Gean morreu na hora. Ele sofreu mutilações na perna e braço esquerdo, além de politraumatismo e afundamento craniano. Eduardo sofreu fratura exposta na tíbia esquerda.
Como a movimentação na rodovia era bastante intensa, por conta do festejo, usuários da via entraram em contato com a Polícia Militar – que controlou o tráfego antes da chegada da PRF – e uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que prestou socorro aos sobreviventes. Juliano sofreu escoriações leves na cabeça. O estado de saúde de Eduardo não foi divulgado à imprensa. Juliano foi liberado da unidade de saúde.
Um dos amigos de Gean, o que teria tomado a dianteira durante o regresso, não foi localizado pela Folha, porém, durante o velório, amigos da vítima relataram o que ele teria presenciado: “Ele veio na frente porque tinha compromisso. No meio do caminho, estranhou o mesmo Corolla passando por ele, em sentido contrário, mas em alta velocidade. Apreensivo e preocupado com os amigos que vinham logo atrás, resolveu voltar.
Minutos depois, Gean já estava morto, estirado em meio ao mato”, disse uma conhecida dos envolvidos.
Outros motoristas, que seguiam no mesmo sentido que Juliano, relataram à polícia que pelo menos cinco outros veículos teriam sido ultrapassados pelo condutor do carro segundos antes da colisão.
A Folha entrou em contato com a Delegacia do Cantá, mas nem lá, nem na PRF foi encontrado algum procedimento quanto ao motorista do Corolla, nem relatos do que possivelmente causou o acidente. A perícia foi acionada e em 30 dias o resultado deve sair.
TRASLADO – Segundo uma única parente que Gean tinha em Boa Vista, uma tia, que preferiu não ser identificada, o corpo deve seguir para João Pessoa, na Paraíba, cidade natal dele. “Ele veio para Roraima morar comigo, eu era a segunda mãe dele. Estou arrasada. Não tenho nem o que dizer num momento como este”, afirmou. Gean era solteiro e trabalhava no TJ desde 1996.