EM TERRA YANOMAMI

Garimpeiros são mortos em chacina e família pede ajuda para resgatar corpos

De acordo com os familiares, três homens teriam sobrevivido ao ataque

Josafá, Elizangela e Luiz teriam sido mortos no dia 8 de fevereiro (Foto: Arquivo Pessoal)
Josafá, Elizangela e Luiz teriam sido mortos no dia 8 de fevereiro (Foto: Arquivo Pessoal)

Familiares de três garimpeiros mortos no garimpo conhecido como Parima, na região de Iracema, pedem ajuda das autoridades para resgatar os corpos. Eles registraram nessa segunda-feira, 12, um Boletim de Ocorrência no 4° Distrito Policial.

De acordo com os familiares, as vítimas Elizangela Pessoa da Silva, de 43 anos, Luiz Ferreira da Silva, de 50 e Josafá Vaniz da Silva, de 52, teriam sido mortas por indígenas que teriam invadido o barraco armados com flechas e armas de fogo, na tarde da última quinta-feira, 8. Outros três garimpeiros teriam sobrevivido ao ataque e estariam vindo para Boa Vista. Um dos sobreviventes teria sido flechado em um dos braços.

Leandro filho de Elizangela, Francisco irmão de Luiz, Elissandra filha de Elizangela e Gideane irmã de Josafá (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

“Nós queremos os corpos para dar um enterro digno para eles, pois merecem. Eles não são bichos para ficarem lá abandonados. Garimpeiro não é bandido, eles estavam lá trabalhando. Não temos condições de ir buscar por isso, estamos pedindo que as autoridades nos ajudem, pois os corpos já estão em avançado estado de decomposição. O que fizeram é desumano”, disse Carla Cardoso de Brito, de 34 anos, irmã de Luiz.

Os familiares foram avisados do crime pelos sobreviventes que fugiram do local e quando tiveram acesso a internet mandaram mensagens informando sobre o ocorrido.

“Eles (indígenas) vieram para nos matar, vieram para matar todo mundo. Foram cerca de 15 tiros. Nós não trouxemos nada, estamos apenas com a roupa de trabalhar e a vida. Estávamos dentro do buraco, quando ouvimos os tiros vindo do barraco e começamos a correr, chegamos a ver a cozinheira (Elizangela) correr e ser baleada na coluna, os outros dois foram baleados nas costas”, diz um dos áudios enviados as famílias.

Braço do sobrevivente que teria sido flexado pelos indígenas (Foto: Divulgação)

A reportagem entrou em contato com o Governo do Estado para saber a possibilidade de resgate dos corpos e aguarda retorno.

“Não tem sentimento pior do que você perder um familiar e não conseguir buscar o corpo e enterrar. Nós estamos sofrendo e angustiados. Precisamos que o Estado nos ajude a trazer eles de volta para casa”, finalizou, Carla.

Boletim de Ocorrência registrado pelas famílias (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Por meio de nota, a Polícia Civil de Roraima esclareceu que o Boletim de Ocorrência relatando o caso foi registrado por familiares das vítimas no início da tarde desta segunda-feira, dia 12.

“A Polícia Civil está mobilizando uma força-tarefa para alcançar a região remota e de difícil acesso onde ocorreu o incidente. Devido à localização em uma área de mata distante, existem desafios logísticos, mas a Polícia Civil está comprometida em envidar todos os esforços necessários para resgatar os corpos das vítimas”, disse a nota.