Em entrevista coletiva ontem à tarde, na Cidade da Polícia Civil, no bairro Canarinho, zona Leste, a delegada-geral Haydée Magalhães deu detalhes do que teria ocorrido com a adolescente de 13 anos, supostamente estuprada, encontrada desacordada anteontem, 28, na RR-205, rodovia que liga Boa Vista ao Município de Alto Alegre.
A versão do estupro coletivo, na qual cinco adolescentes teriam participado, foi negada pela jovem em depoimento à polícia. Segundo a delegada, a menina confirmou que ingeriu bebida alcoólica e que os outros jovens teriam fumado maconha, mas negou que tenha feito sexo com algum deles.
Ainda em depoimento, a menina relatou, conforme a delegada, que após beberem e ficarem embriagados, ela e os colegas seguiram do açude, no bairro Cidade Satélite, zona Oeste, e chegaram até a rodovia, onde ela teria passado mal e desmaiado. O grupo seguiu, mas ela ficou e foi socorrida por uma mulher que passava pela estrada. A Polícia Militar então foi acionada.
Apesar da versão contada pela jovem, a polícia vai continuar na mesma linha de investigação. Ontem à tarde, a menina foi encaminhada para fazer exame de conjunção carnal no Instituto Médico Legal (IML). Mas antes, segundo a delegada, ela adiantou que não era mais virgem e que teria transado com um namorado, também adolescente, no começo deste ano.
Dos cinco adolescentes que estavam com a menina, dois já prestaram depoimento e foram liberados. Um deles disse que a garota teria feito sexo com três do grupo. Os demais serão escutados ainda esta semana. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Infância e Juventude (DDIJ).
A delegada adiantou que a mãe da menina, se confirmada a negligência, poderá responder criminalmente. O dono do comércio que vendeu a cachaça para os adolescentes também poderá responder criminalmente, por vender bebida alcoólica a menores de 18 anos. “Se ficar constatado o crime de estupro de vulnerável, haverá representação com os infratores”, avisou a delegada.
Outro fato que chamou atenção da polícia foi saber que a adolescente estava há quatro dias sem dormir em sua casa. Mas mesmo com a ausência, ninguém da família procurou a polícia para registrar o sumiço.