Polícia

Golpe do falso sequestro segue fazendo vítimas em Boa Vista

Ao receber informação de que sua filha teria sido sequestrada, político chegou a ir ao banco para pagar o resgate

Um ex-deputado estadual foi vítima de assaltantes em uma ação criminosa conhecida como “golpe do telefone”, na manhã de ontem. Ao atender o telefonema de um número desconhecido, o político recebeu a informação de que sua filha teria sido sequestrada e que só seria liberada mediante o pagamento de um montante em dinheiro.

A caminho da agência do banco para atender ao pedido do golpista, a vítima conseguiu entrar em contato com os familiares, momento em que pôde verificar que a filha não estava em perigo e, em seguida, acionou a polícia. As viaturas da Polícia Militar chegaram a isolar a área e adotaram os procedimentos de um possível sequestro.

O agente Ricardo Pedrosa, chefe de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), que atendeu o caso, disse que o procedimento efetuado pela vítima foi a correta. “A primeira coisa que tem de fazer é entrar em contato com a família”, disse. “O que acontece muitas vezes é que a pessoa tenta manter a pessoa no telefone direto para que ela não consiga utilizar o próprio celular e ligar para sua família. A vítima fica nervosa e acaba muitas vezes caindo no golpe”, explicou.

Em seguida, o mais indicado é prestar um boletim de ocorrência. “O ideal é que a pessoa repasse o material que conseguiu colher por telefone, número da conta, número do telefone que ligou, para que assim possa ser iniciada uma investigação sobre o caso”, disse.

GOLPE – Segundo o agente, o golpe consiste em uma pessoa que tenta convencer, por telefone, o pagamento de uma quantia em dinheiro com ameaças, normalmente envolvendo um familiar. “A pessoa liga e começa a repassar informações genéricas. A vítima começa a se sentir ameaçada e muitas vezes vai ao banco pagar”.

No caso do ex-parlamentar, ao telefone, ele escutou que a ação era comandada por uma quadrilha em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, norte do Estado. No entanto, foi identificado que o número de telefone era de origem do Rio de Janeiro e que o número da conta repassado era de Minas Gerais.

De acordo com Pedrosa, com a facilidade de acesso às informações, a ação pode ser comandada de outro Estado. Dados como nomes de ruas podem ser usados para fazer com que a vítima acredite que o sequestro é real. “É fácil a gente deduzir que eles têm acesso a jornais. A própria internet fornece isso tudo. Então, eles pegam dados do Estado e, quando vão fazer a extorsão, eles citam esses dados para que a pessoa fique ainda mais amedrontada”, alertou.