Três vítimas de estelionato conseguiram, por volta das 23h dessa segunda-feira, dia 20, colocar o suspeito do crime contra a parede e chamaram a Polícia Militar para fazer a condução dele à delegacia, uma vez que todas elas buscavam a restituição de joias e valores em dinheiro que foram tomados pelo indivíduo. A abordagem policial aconteceu numa casa que fica próximo à Praça Mané Garrincha, bairro Tancredo Neves.
A primeira vítima, que tem 30 anos, contou que namorou o elemento durante 15 dias e que ele a enganava com nome falso, mentindo sobre a profissão, porque dizia ser piloto de avião e usava um carro que não lhe pertencia. A mesma vítima explicou que há alguns dias o suspeito pediu dois anéis dela para tirar medida para presenteá-la com outro anel e que depois devolveria as joias, no entanto, não devolveu nem deu satisfação alguma. Cada um dos anéis está avaliado em R$ 800,00.
Outra vítima, de 32 anos, também contou como foi enganada pelo estelionatário, ocasião em que foi convencida a dar para ele R$ 2.100,00, acreditando que o sujeito compraria ouro mais barato e lhe entregaria uma pulseira de 30 gramas, considerando que ele prometeu comprar o grama de ouro por R$ 70, mas começou a inventar desculpas e deixou a mulher no prejuízo.
Por fim, a terceira a ser enganada e que também denunciou o caso à polícia foi uma jovem, de 19 anos, que entregou R$ 2.000,00 ao homem, acreditando que estaria dando entrada na compra de uma casa no Conjunto Pérola, bairro Dr. Airton Rocha. Ele dizia ser dono e não poderia estar com o imóvel no seu nome por ter renda muito alta e porque agentes de órgãos fiscalizadores da prefeitura o pressionavam para entregar o imóvel que estava fechado há oito meses, por isso, teria que vender por R$ 20 mil, um valor muito abaixo do praticado no comércio, mas a efetivação do negócio nunca aconteceu e a vítima também foi enganada.
Quando os policiais chegaram ao endereço, ouviram os relatos e fizeram uma consulta ao sistema, descobrindo que o homem já tem passagem pelo sistema prisional, quando em 2014 foi preso pela prática do crime de estelionato, como destaca o art. 171 do Código Penal Brasileiro (CPB).
Vítimas levaram o caso ao conhecimento da Polícia Civil
Ainda na noite da segunda-feira, dia 20, todas as partes envolvidas foram levadas para a Delegacia a fim de prestarem esclarecimentos à autoridade policial. A vítima de 30 anos disse que passou a namorar o estelionatário depois de se conhecerem numa rede social, inclusive, ela serviu de ponte para que ele praticasse os crimes, tendo em vista que as outras duas vítimas são suas amigas. O indivíduo se apresentava como Artur, sendo que este não é seu verdadeiro nome. Ao descobrir a identidade, a vítima fez pesquisa no google e encontrou matéria de jornal informando sobre a prisão dele por estelionato.
Em depoimento, a segunda vítima relatou que foi ela quem descobriu a identidade do suspeito. Primeiro pediu para a amiga e namorada do sujeito enviar uma foto dele e, assim que recebeu a imagem o reconheceu dos tempos em que estudavam na Escola Estadual Ana Libória, desmentindo que ele era de outro Estado, como declarava ser natural de Natal (RN). A partir daí foi para a casa da namorada do suspeito, onde ele já estava.
Ainda na segunda-feira, durante o dia, a vítima que foi enganada na compra da casa também foi procurada pelo estelionatário para comprar materiais de construção por R$ 2.800,00, mas ela contou que desconfiou da atitude do indivíduo e que disse não ter a quantia para comprar os itens oferecidos, insistindo que queria entrar na casa que comprou.
Na oitiva, o suspeito confessou ter mentido para a vítima, com quem namorava, sobre seu nome, profissão e que também não trabalhava na área indígena.
Ambos namoravam há cerca de 15 dias e que os anéis que pediu à mulher eram para fazer ver o tamanho e fazer anéis de compromisso para celebrar a união.
Quanto ao dinheiro para comprar ouro para a amiga da ex-namorada, ele contou que, de fato, o ouro foi comprado pelos R$ 2.100,00, mas ainda não chegou a Boa Vista. Sobre a casa que vendeu à jovem, confessou ter aplicado golpe e que gastou o dinheiro dado pela vítima. Ele também assumiu que foi preso em 2014 por estelionato.
Após analisar o caso, o delegado de plantão considerou que o crime aconteceu em datas passadas e que, por isso, não havia flagrante para lavratura de um auto de prisão, razão pela qual determinou que ao fim dos depoimentos, os envolvidos fossem liberados e o caso encaminhado para o 2º DP tomar as demais providências. Os crimes devem ser relatados à Justiça. (J.B)