Polícia

Homem é preso preventivamente suspeito de matar própria mãe

Na manhã de ontem, 11, após passar por audiência de custódia, homem teve prisão convertida em preventiva e está à disposição da Justiça

Com base numa série de depoimentos, considerando o traumatismo craniano e o fato de o filho ser a única pessoa que vivia com a vítima, Alcina Ribeiro Pardim, de 71 anos, a delegada de plantão decidiu no domingo, 10, lavrar o auto de prisão em flagrante do ajudante de pedreiro Ely Franque Monteiro, 46, suspeito de tê-la matado. A Justiça determinou, na manhã de ontem, 11, mantê-lo preso e decretou a preventiva.

Monteiro era o único filho que vivia com a vítima e na madrugada de domingo testemunhas relataram que ele se comportou de forma suspeita, uma vez que estava bastante nervoso. Além disso, a idosa teria reclamado para um vizinho, que conversou com a imprensa, que estava sendo agredida pelo filho.

“Ela tem três filhos, mas os outros dificilmente andam por aqui. Ele [suspeito] quase todo tempo foi grosso com essa senhora, que já sofria maus-tratos, e também caía com frequência. Uma vizinha levava comida para ela de manhã, às vezes à noite. Ele pegava o dinheiro dela para beber. Quando acordei, eu a ouvi gritando e dizendo: ‘me socorre que o Franque está me batendo’. Mas quando nós entramos, ele já não estava batendo mais, estava botando ela para tomar banho, isso era por volta das 2h30. O que ele queria dando banho nela naquela hora?”, questionou.

Outra vizinha também apontou o filho como suspeito da morte.

“Eu morei num apartamento ao lado do dela. Quando ele ia lá, na maioria das vezes estava bêbado, queria pegar dinheiro e sempre batia nela. Ele sabia onde ela guardava o dinheiro e sempre apanhava. Nessa madrugada, eu não ouvi nada, mas ontem [sábado] ela estava normal, fazendo as coisas dela, como sempre”, revelou.

O filho também conversou com a reportagem e, conforme sua versão, a mãe tinha “problema de fraqueza e caiu de costas”.

“Eu moro com ela há muito tempo. Sempre quem cuida dela sou eu. Ela era aposentada”, relatou.

Ely Monteiro também confirmou que consome bebida alcoólica. Quanto às declarações dos vizinhos, rebateu alegando que a mãe sempre pedia socorro porque é típico de quem está doente.

“Eu peguei o celular do dono da estância e liguei para o Samu com o vizinho que viu todo o procedimento. Estou tranquilo, não tem porque estar nervoso”, justificou.

A filha do suspeito o defendeu informando que ele sempre foi responsável pelos cuidados com a idosa e que não acreditava na hipótese de ter matado a própria mãe.

“Ele deixou de trabalhar para cuidar dela. Levava ao médico sempre que preciso. Minha avó era agitada e sempre queria fazer as coisas dentro de casa. Um dia desses, ela mijou na cama e ele pediu para eu lavar o lençol porque não poderia ficar muito tempo longe dela. Quando ela melhorava, ele saía para fazer algum bico, mas se piorasse, largava tudo e voltava para casa. Ela tinha uns ataques. Às vezes, não queria vestir a roupa e tentava sair nua no meio da rua”, frisou.

Ao fim dos depoimentos na delegacia, Ely Franque Monteiro foi autuado em flagrante pelo crime de feminicídio. Ele ficou detido numa das celas da unidade policial até a manhã de ontem, 11, quando foi encaminhado para audiência de custódia. Depois de avaliar o caso, o juiz converteu a prisão de flagrante em preventiva. O suspeito foi levado para o sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça.

O corpo da vítima foi liberado ainda no domingo para o funeral e sepultamento.

O CASO – O suposto crime ocorreu na madrugada de domingo, 11, e chocou moradores da estância localizada na Rua Josefa Leite de Souza, bairro Olímpico, onde a vítima e o filho moravam. Os vizinhos contaram que ouviram muitos gritos de socorro e pouco tempo depois ouviram batidas na parede. Segundo a cópia do laudo do Instituto de Medicina Legal, a morte foi causada por traumatismo cranioencefálico (TCE) hemorrágico. (J.B)