Polícia

IML ainda não divulgou laudo com a causa da morte de comerciante

Idalino Moreira Viana, o Ceará do Coco, morreu na sexta após uma troca de tiros com policiais federais durante a Operação Câmbio BVB

O resultado da necropsia da causa da morte do comerciante Idalino Moreira Viana, o Ceará do Coco, de 53 anos de idade, que foi morto em uma troca de tiros com agentes da Polícia Federal, na sexta-feira passada, 8, ainda não foi divulgado pelo Instituto de Medicina Legal (IML). Os funcionários do instituto alegaram que somente durante a semana as informações podem ser liberadas a respeito de necropsias. Assim, o resultado deverá ser divulgado ainda hoje.

A Folha conversou com alguns vizinhos do comerciante. Um deles informou que Ceará do Coco já vivia naquela região – avenida Getúlio Vargas, no Centro da Cidade – havia mais de 20 anos.

O dono de um restaurante, situado quase em frente à residência da vítima, disse que o comerciante era uma pessoa pacífica. “Ele tinha dias bons e dias ruins, como qualquer outra pessoa, mas geralmente era simpático. Nunca o vi metido em confusão”, disse o empresário que trabalha há mais de 30 anos na região. “Foi realmente uma pena o que ocorreu com o Ceará. Não tenho ideia do que pode ter passado na cabeça dele para reagir daquela forma, resultando na morte dele”, lamentou.

Outros dois moradores da região, que conheciam e conviviam com o comerciante, disseram que ele era uma pessoa muito simpática e querida por todos os vizinhos. “A rotina do Ceará era a de um trabalhador.

Acordava às 6 horas da manhã, organizava os cocos para iniciar as vendas todos os dias. Ele era uma ótima pessoa. Estamos tristes com o que aconteceu com ele”, disse um autônomo de 43 anos de idade.

Um despachante de imóveis, de 63 anos, também vizinho de Idalino Moreira lembrou que o comerciante, além de querido pelos moradores da região, gostava de ajudar da maneira que podia. “Ele morava sozinho, mas a família dele sempre ia visitá-lo. Irmã, sobrinhos. Era um ser humano bom. Eu, pelo menos, nunca tive uma queixa dele por nada”, destacou o despachante, que mora próximo à residência do comerciante há mais de 20 anos.

O CASO – A Polícia Federal estava desenvolvendo a operação “Câmbio BVB”, que consistiu na desarticulação de esquemas de crimes financeiros na Capital. Ao tentar cumprir um mandado de busca e apreensão e condução coercitiva do comerciante Idalino Moreira Viana, os quatro agentes foram surpreendidos com a reação de Ceará do Coco, que começou a atirar contra eles. Testemunhas que presenciaram o tiroteio disseram que o comerciante já saiu de dentro de sua residência efetuando os disparos.

Vizinhos de Ceará do Coco ainda disseram que ele, além de trabalhar com vendas de água de coco, realizava câmbio de moedas estrangeiras e que algumas vezes comentou que, caso tentassem prendê-lo por isso, seria morto, mas não se entregaria.

Ainda na sexta-feira, 8, o corpo do comerciante foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML), onde passou por exame de necropsia. Familiares providenciaram a documentação para a liberação do corpo e o velório aconteceu no sábado, 9. (T.C)