Na noite do último domingo, 30, o indígena Sidney Xirixana, de 23 anos, morreu baleado com tiros de espingarda em uma granja, localizada na região do Monte Cristo, zona rural de Boa Vista. De acordo com a polícia, a vítima havia se escondido no local para escapar das agressões de mais dois indígenas, companheiros com os quais estaria ingerindo bebida alcoólica desde o início da noite. A vítima se desentendeu com eles e, em um dado momento da confusão, fugiu correndo dos dois amigos, que o perseguiram.
A vítima tentou se esconder da dupla que estava em seu encalço em uma granja, quando foi surpreendido por disparos de espingarda do vigia do local. O funcionário resolveu atirar após supor que os três elementos que estavam correndo pela zona de mata da propriedade fossem ladrões roubando galinhas do local. A vítima foi encontrada pelos donos da granja já sem vida. Os outros dois indígenas que perseguiam Xirixana não foram encontrados pela polícia.
Uma equipe da Polícia Militar tomou esclarecimentos com os donos da propriedade, que disseram que o vigia realizou os disparos, mas que não fez mira, pois havia atirado para assustar aos elementos. Ainda de acordo com os proprietários, o funcionário se escondeu dentro da mata próximo à região, levando a arma do crime, com medo de sofrer represália dos outros que estavam atrás da vítima.
A perícia da Polícia Civil esteve na granja para coletar indícios do crime e adicioná-los ao inquérito policial. O Instituto de Medicina Legal (IML) enviou uma equipe para realizar a remoção do corpo à sede na capital, para fazer o exame de necropsia que apontará a causa morte.
O delegado titular da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), Cristiano Camapum, que está conduzindo os trabalhos no caso, disse que o vigia se apresentará com o advogado hoje, para prestar esclarecimentos e deve responder a inquérito em liberdade. O corpo da vítima foi liberado no IML quando pela manhã de ontem, 1º, familiares providenciaram a documentação para realizar o sepultamento. (T.C)