Após um indígena ser baleado durante uma abordagem da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Força Nacional no último dia 15, representantes da Comunidade Jacaré, onde ocorreu o fato, entraram em contato com a FolhaBV para contar outra versão da história.
De acordo com Gerson Xirixana, de 44 anos, os envolvidos são dois adultos e dois adolescentes, que negaram ter apontado uma arma de fogo para os policiais e agentes. “Eles falaram que não apontaram a arma, que estavam pilotando a canoa e segurando a pistola na cintura”, explicou.
Sobre o material apreendido, Xirixana informou que seriam entregues para garimpeiros que vivem na região. “Eles sempre estão levando materiais para o garimpo. Na comunidade, não tem mais caça, os animais se afastaram, não tem mais peixe no rio. Nós indígenas não vivemos mais de pesca e precisamos de dinheiro para se manter”, disse.
De acordo com Elizeu Xirixana, de 43 anos, após a prisão os envolvidos foram encaminhados à sede da Polícia Federal e não resolvido na Comunidade. “Eu e o Gerson somos responsáveis por essas Comunidades e não fomos consultados sobre essa situação. O problema poderia ter sido resolvido na Comunidade”, destacou.
Elizeu segue dizendo que “quando os meninos foram presos, nós, juntamente, com a polícia deveríamos ter ido até a Comunidade para resolver lá e não eles ter que vir até a Polícia Federal. Isso foi falta de respeito com a gente”, enfatizou.
Os representantes pedem respeito por parte das instituições. “Respeitem os costumes do índio. Queremos respeito”, finalizou.
Os envolvidos foram liberados na semana passado e retornaram para a Comunidade.
A reportagem entrou em contato com a Força Nacional e aguarda retorno.