Polícia

Índios são suspeitos de matar garimpeiro no Alto Mucajaí

Familiares do garimpeiro Gilberto de Souza Freitas, de 32 anos, procuraram a Central de Flagrantes do 5° DP para informar que ele foi morto por índios na região do garimpo ilegal que fica no território do município de Mucajaí, numa área de difícil acesso.

De acordo com as informações que a família deu para a Polícia Civil, o crime ocorreu na quinta-feira, 4, no entanto, somente na tarde de domingo, 7, foram comunicados a respeito do homicídio. O irmão da vítima foi quem registrou o Boletim de Ocorrência (B.O) e declarou que o garimpo fica na região do Apiaú.

O irmão também contou que Gilberto estava com outros garimpeiros quando foram atacados pelos indígenas. A motivação do ataque não foi esclarecida. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Mucajaí e para o Departamento de Polícia Judiciária do Interior (DPJI) para investigação. Quem também pode ficar responsável pelas investigações é a Polícia Federal, tendo em vista que a área possivelmente seja de domínio da União.

Um familiar contou que foi preciso alugar uma aeronave para resgatar o corpo que já estava em estado avançado de decomposição. Na tarde de ontem, 8, o Instituto de Medicina Legal (IML) recebeu o corpo do garimpeiro e realizou o exame cadavérico antes de liberá-lo para funeral e o sepultamento.

FUNAI – A reportagem da Folha entrou em contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai) para saber que medidas são adotadas quando há conflitos com populações indígenas, especialmente resultando em morte. Em nota, a Funai respondeu que sua missão institucional, conforme a Constituição Federal, é a de promover e proteger os direitos dos povos indígenas e que as investigações e apurações são atribuição da Polícia Federal, por isso sugeriu que entrássemos em contato diretamente com a PF.

“De todo modo, a Funai sempre colabora com a Polícia Federal em suas atividades, respeitando as limitações legais e as suas atribuições regimentais, que não contemplam a atividade de apuração de crimes”, destacou o texto da fundação.

POLÍCIA FEDERAL – A Folha entrou em contato com a Polícia Federal para que possa se manifestar a respeito dos fatos, mas não obtivemos resposta até o começo da noite de ontem. (J.B)