Polícia

Integrante de organização criminosa é preso por policiais de RR e SP

Para dá uma maior credibilidade ao golpe, a organização criminosa usa números com DDD de Roraima e se passa por um policial federal

Um homem foi preso em São Paulo por receptação qualificada, durante uma ação integrada que contou agentes da Polícia Civil de Roraima e de São Paulo, e das Agências de Correios dos dois estados.

Ele também é integrante de uma organização criminosa que pratica crime de estelionato via aplicativo OLX, com falso pagamento. Para cometer o delito, os criminosos “terceirizam os serviços”, usando motoristas de aplicativos e os golpes são aplicados em todo o País.

A investigação teve início em Roraima no mês de março, por meio da equipe do Siop (Setor de Investigação e Operação) do 1º DP (Distrito Policial).

Três pessoas registraram boletim de ocorrência, relatando terem sido vítimas de golpes aplicados por criminosos. As vítimas V. R. M.; R. C. S., e R. S. S., procuraram a polícia afirmando que após anunciarem produtos eletrônicos para venda, via aplicativo OLX, encontraram comprador, entregaram os objetos, mas somente depois descobriram que haviam caído no golpe do “falso pagamento”.

De acordo com informações prestadas pelo delegado titular do 1º DP, Clayton Ellwanger, os criminosos inicialmente “focam” na pessoa que está vendendo o produto anunciado pela internet nas redes sociais de markeplace, geralmente OLX.

Para dá uma maior credibilidade ao golpe, a organização criminosa usa números com DDD de Roraima e se passa por um policial federal. Após acertar a venda, um motorista de aplicativo é contratado para pegar o produto na casa da vítima.

“Esse motorista de aplicativo também é vítima. É contratado para fazer o serviço, sem saber que está sendo usado por criminosos”, esclareceu o delegado.

Após essa fase do golpe, um segundo motorista de aplicativo é contratado para pegar o produto com o primeiro motorista e fazer a postagem na agência dos Correios com destino a um endereço em São Paulo. Em São Paulo, a organização criminosa contratam outras pessoas, que cedem seu endereço para receber o produto pela agência dos Correios.

“No caso em questão, a pessoa contratada foi cooptada via facebook e tinha conhecimento que seria para a prática de crime. Foi contratado pelo valor de R$ 200. Essa pessoa foi investigada e presa em São Paulo”, detalhou o delegado.

Trata-se de G. H. F., que foi preso no bairro Sacomã, por policiais civis de São Paulo, logo após receber produtos comprados em Roraima por essa modalidade.

“Nossa equipe de policiais passou a investigar o crime, após uma das vítimas relatar que vendeu um vídeo game para a pessoa que se apresentou como policial federal e que efetuou o pagamento via transferência pelo banco. Mas, após ter entregue o produto, descobriu que havia caído em um golpe. Com as informações dele conseguimos chegar aos dois motoristas de aplicativo e posteriormente fizemos contato com agência de Correio de Roraima. A agência do Correio de São Paulo também foi acionada e procurou a Polícia Civil de São Paulo, ocasião em que o indivíduo foi preso”, detalhou o delegado.

Desdobramento

Com a prisão do receptador, as investigações terão desdobramentos para identificar os demais integrantes das organizações criminosas. O vídeo game da vítima de Roraima foi apreendido e encaminhado ao Estado para ser restituído.

Na semana passada, com apoio das agências de Correios, dois aparelhos de telefone celular Iphone 11 e um Samsung foram apreendidos e estão sendo encaminhados para Roraima, quando serão restituídos aos proprietários.

O delegado Clayton Ellwanger alerta para a ação contumaz dos scammers (golpistas virtuais) que atuam em todo o Brasil e em outros países.

“São criminosos que montam um verdadeiro call center para aplicar golpes. Eles usam imagens de pessoas respeitadas na sociedade para passar mais credibilidade, entram na mente das pessoas que terminam entregando seus bens, e somente depois é que descobrem que caíram em golpes. São golpes diversos aplicados pelos scammer, que são os golpistas virtuais e trabalham “home office”, movimentando muito dinheiro enganando as pessoas Brasil afora. As pessoas precisam se atentar no momento em que estão negociando seus bens para evitar caírem nesses golpes”, orienta o delegado.